Foto: MTEC /Divulgação

Primeira usina solar flutuante do Brasil fica em Goiás

Já pensou em armazenar a água da chuva e no mesmo local gerar energia renovável? Isso é realidade na Fazenda Figueiredo das Lages, em Cristalina (GO), no entorno do Distrito Federal. A lagoa artificial, que é abastecida com águas das chuvas por captação dos telhados dos galpões da fazenda e é utilizada para irrigação, recebeu 1.150 painéis fotovoltaicos. A estimativa é que os painéis gerem 304 quilowatts-pico (kWp), o que garante uma produção estimada de 50 megawatts-hora/mês (MWh/mês).  A energia produzida na propriedade equivale às necessidades anuais de consumo de mais de 170 domicílios populares brasileiros.

A usina fotovoltaica sobre um lago é a primeira no Brasil. O projeto piloto também é o primeiro implementado em uma propriedade rural e conectado diretamente à rede de energia. “Avaliei muito tempo a possibilidade de fazer um projeto fotovoltaico e achei o lago como um espaço disponível”, explica o proprietário da fazenda, Luiz Carlos Figueiredo.

O projeto iniciado em novembro de 2016 está em processo de finalização. Ainda é aguardada a avaliação pela concessionária de energia elétrica em Goiás, Celg distribuição. A sobra da produção será repassada para o sistema elétrico e a propriedade terá crédito por um período de cinco anos. É o sistema de compensação de energia. Dessa forma, os créditos gerados serão consumidos em outros horários, nos quais a geração solar não seja suficiente para suprir as cargas, como exemplo o período noturno.

Geralmente quando há falta de energia na rede, as placas fotovoltaicas não geram energia, mas no projeto de Cristalina isso não acontecerá.  Caso a concessionária interrompa o fornecimento de energia, um grupo gerador a diesel assume temporariamente a função. “Na falta de energia existe o comando automático para o trabalho”, explica Luiz Carlos. Essa função só existe devido ao sistema ser híbrido. Contudo, o sistema fotovoltaico operará em paralelo com esse gerador, reduzindo em até 60% o consumo de combustível. O sistema híbrido pode ser instalado em locais no qual a concessionaria não disponibiliza energia elétrica.

Inicialmente, a energia gerada pelos painéis será para abastecer o projeto leiteiro da fazenda, que funciona 24 horas por dia. “A energia será para atender as ordenhas, o conforto animal, a ventilação, o separador de dejetos e afins”.

Vantagens

José Carlos Tormim, engenheiro eletricista e diretor executivo da MTEC Energia – empresa que desenvolveu o projeto-, revela que a usina construída na Fazenda Figueiredo das Lages apresenta quatro diferenciais das demais existentes no país.

O primeiro é a melhor eficiência do sistema por estar em cima da água, o que permite uma temperatura menor de operação dos módulos fotovoltaicos. “Ao contrario do que se pensa, os módulos tem maior eficiência trabalhando em uma temperatura mais baixa”, explica Tormin. Estudos realizados pela empresa Ciel & Terre International apontam que este tipo de tecnologia gera cerca de 14% a mais de eletricidade do que a geração solar em terra ou no telhado.

Outro benefício é a redução sensível de perda de água da lagoa, impedindo até 70% da evaporação. “A redução da evaporação do lago está ligada a redução de radiação solar e ventos na lâmina d’água”, pontua o engenheiro.

A terceira vantagem é a ocupação de uma área que antes era inutilizada. Já o quarto diferencial é que as placas evitam a propagação de ondas na água, evitando a assoriação do lago. Além disso água do próprio lago e utilizada para a lavagem dos módulos.

O valor investido no projeto é de aproximadamente R$ 2 milhões e a expectativa que a usina solar fotovoltaica se pague em um período de sete anos. “A energia fotovoltaica é a mais pura que existe e veio para equilibrar o sistema elétrico brasileiro”, finaliza Figueiredo.

Energia renovável em Minas

Na cidade de João Pinheiro (MG) foi criada a primeira fazenda solar do país. O projeto é uma usina solar instalada em uma região com alta irradiação solar que gera energia limpa que, por conseguinte, é conduzida pela distribuidora de energia local para ser entregue aos consumidores contratantes do modelo. Ele foi desenvolvido pela Empresa Brasileira de Energia Solar (EBES).

As contratantes assinam pela compra da energia solar fotovoltaica sem necessidade de investimento, o que proporciona economia imediata e acessível a qualquer consumidor comercial.

O consumidor tem a possibilidade de escolher entre dois planos: o Plano Basic, que proporciona acesso à energia limpa e renovável com monitoramento online de geração e consumo de energia, e o Plano Plus, com todos os benefícios do Plano Basic e adicionalmente proporciona benefícios econômicos de até 10% nos custos com energia.

Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia

 

 

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