As usinas de cana de açúcar estão expandindo a cogeração de energia elétrica do bagaço ou biomassa e hoje já somam 23 unidades em Minas Gerais que vendem (ou exportam) o produto para a rede, numa participação atual em torno de 6,2% de toda a energia gerada no estado em 2017.
A oferta gerada em 2017 foi também 12% maior se comparada com 2016, sendo que 70% do volume é originário do Triângulo Mineiro. Essa venda representa, também, em torno de 5% do faturamento das empresas.
O setor em Minas Gerais vem se destacando e em alguns meses do ano a participação da biomassa da cana no total de energia gerada chega a 15,5%, como ocorreu em julho de 2017. O presidente da SIAMIG, Mário Campos explica que nos meses mais secos, quando os reservatórios das hidrelétricas estão mais baixo, a energia renovável da cana dá uma grande contribuição ao sistema elétrico nacional.
O potencial para a energia elétrica renovável da cana é grande no estado e a média de produção em 2017 foi de 51 kwh por tonelada de cana, mas algumas usinas já ultrapassaram os 70 kwh/tc. Para atingir todo o potencial, há necessidade ainda, de investimentos na troca de caldeiras, linhas de transmissão, turbinas e geradores”, afirma.
Expressiva participação
O 31º Balanço Energético do Estado de Minas Gerais (BEEMG), referente ao ano de 2015 e divulgado no final de 2017 mostra que a energia renovável já dá uma contribuição significativa com a participação de 52,7% na demanda mineira, com destaque para a energia hidráulica, que tem sofrido, porém, com os baixos níveis dos reservatórios, obrigando a recorrer ao auxílio dispendioso das termelétricas.
Outras duas fontes renováveis importantes para o estado são a da biomassa da cana e solar. A energia dos derivados da cana (bioeletricidade e etanol) já representa 36,1% da demanda de energias elétrica renovável de Minas Gerais e 19% da demanda total. Dos dois setores de maior demanda energética de Minas Gerais, o industrial (61,1% da demanda total) e transportes (26% da demanda total), essa fonte compõe 23,81% do primeiro e 16,09% do segundo, após petróleo, gás natural e derivados.
O crescimento da demanda pela energia dos derivados da cana-de-açúcar foi notável nas últimas décadas, pois representava apenas 2% da demanda total mineira em 1978 e 7% em 2004, ultrapassando o carvão em 2009, a hidráulica em 2013 e, em 2015, lenha e derivados.
“Na bioeletricidade, há um potencial técnico enorme: além de existirem usinas que ainda não exportam bioeletricidade, há subaproveitamento da palha da cana e do biogás, que podem ser complementares ao bagaço já utilizado”, diz o presidente da SIAMIG, Mário Campos.
SIAMIG