Nesta terça-feira (29/05), a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) realizou um novo levantamento sobre os impactos da greve dos caminhoneiros no setor sucroenergético. Somente no Estado de São Paulo, onde as 150 unidades produtoras de cana-de-açúcar e seus derivados permanecem paralisadas, já foram identificados inúmeros bloqueios em rodovias e vias secundárias que dão acesso às usinas. A suspensão das operações se deve á falta de diesel utilizado em máquinas e equipamentos e insumos para a produção industrial e agrícola.
As interdições têm impedido a retomada de suas atividades, no escoamento de etanol e açúcar para os terminais de abastecimento, localizados em cidades, como Piracicaba, Ribeirão Preto, Potirendaba, Barra Bonita, Votuporanga, Vista Alegre do Alto, Pirangi, Adamantina, Sta. Cruz do Rio Pardo, São José do Rio Preto, Marília, Paraguaçu Paulista, Presidente Prudente, Bauru, Marilia, Jacareí, Severínia, Bebedouro, Barretos, Américo Brasiliense, Cordeirópolis, Rio Claro, Paulínia, Holambra, Aramina, Monte Castelo, Nova Independência, Pirapozinho, Jataí, Jaú, Novo Horizonte, dentre outras.
A amostra da UNICA também identificou ocorrências de ações criminosas cometidas contra o patrimônio das empresas. Alguns grevistas contrários à retomada das atividades agrícolas e industriais atacaram as companhias apedrejando ônibus de funcionários, incendiando propositalmente canaviais e impedindo circulação de caminhões-tanques e demais veículos de carga do setor. Relatos indicam, inclusive, que a linha férrea na região de Bauru foi danificada.
Segundo estimativas da UNICA, até que a situação seja normalizada haverá uma redução substancial no faturamento das empresas. O prejuízo pode chegar a aproximadamente R$ 180 milhões por dia, comprometendo assim a sobrevivência de muitas empresas que apresentam níveis de endividamento elevado face à crise enfrentada pelo setor sucroenergético nos últimos anos. Também haverá postergação no período de moagem, trazendo ônus expressivo ao segmento produtivo e comprometendo a entrega dos produtos.
A entidade tem acompanhado e participado dos comitês de crise do Governo Estadual e Federal, com o objetivo de apresentar as dificuldades que as usinas estão enfrentando no momento.
Geração de energia elétrica
Esteira levando biomassa de cana para caldeiras gerarem energia elétrica renovávelSão Paulo é o principal estado produtor de bioeletricidade para o Sistema Interligado Nacional (SIN), com 102 unidades. Dados apurados pela UNICA mostram que uma parte significativa reduziu a oferta de energia para a rede. Se o movimento de paralisação dos caminhoneiros permanecer por mais dias, o processo de geração, que está em funcionamento reduzido, pode parar por completo pela falta de insumos na produção.
A limitação na produção de energia também gera redução no faturamento com a bioeletricidade nas usinas. Depois de normalizada essa situação, o retorno pleno da geração de energia elétrica para a rede ainda pode levar alguns dias, devido aos ajustes necessários nos equipamentos e no processo de geração nas unidades termelétricas.
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