A erosão do solo é um dos principais vilões da agricultura, causando transtornos tanto no aspecto ambiental quanto na própria produção agrícola. Geralmente, a destruição das estruturas que compõem o solo – areais, argilas, óxidos e húmus – é causada pela ação da água da chuva ou de ventos. Entretanto, o manejo inadequado tem contribuído para expandir esse problema em campo. É o caso de preparo e plantio em épocas chuvosas e em solos vulneráveis, plantio em linhas retas, uso excessivo de grades e arados e colheita com solo úmido.
Na tentativa de reverter esse cenário, técnicas são colocadas em prática nas propriedades rurais para amenizar danos ao meio ambiente e ao bolso do produtor rural. O terraceamento, método mecânico de conservação do solo, é uma das soluções encontradas e que apesar de ser antiga (teve início no estado de São Paulo na década de 30) tem ganhado força no setor sucroenergético. Entre as vantagens dessa técnica estão a contenção da água na propriedade e garantia que não irá causar erosão na área, evitando assim perdas de solo, problemas na realização das operações agrícolas, reclamações de propriedades vizinhas e penalização de órgãos ambientais.
Técnica
O terraceamento consiste na divisão de uma rampa comprida, que é mais sujeita à erosão, em várias outras menores, por meio da construção de terraços. Esses, por sua vez, têm a finalidade de reter e infiltrar, ou escoar lentamente as águas, de forma a reduzir o poder erosivo das enxurradas. O terraço pode reduzir as perdas de solo em até 80% e de água em 100%, desde que seja planejado e executado de forma correta.
Segundo Cláudio Campidelli, gerente de Planejamento Agrícola da Agroterenas – empresa que atua no segmento sucroenergético – a primeira etapa é a utilização de um equipamento de topografia, que marca o nível na área onde será construído o terraço. Em seguida, é feita a construção por meio do uso de um implemento chamado de terraceador e de máquinas tipo motoniveladoras, pá-carregaderia e máquinas de esteira. Porém, antes de realizar a técnica é preciso avaliar a topografia da área, tipo de solo, se o local já apresenta problemas com erosão e se existe entrada de água de áreas vizinhas. Cláudio reforça, ainda, que a prática é comumente aplicada em regiões com topografia ondulada, solos de textura arenosa e com altos índices pluviométricos.
Técnicas de preservação do solo
– Manejo da palhada – colheita da cana crua, dessecação da cultura e ervas daninhas, e plantio de adubo verde
– Rotação de cultura
– Plantio em nível
– Subsolagem
– Cultivo mínimo
– Plantio Direto
– Preparo do solo e plantio em épocas de menor índice pluviométrico
Canal-Jornal da Bioenergia