A matriz elétrica brasileira tem visto aos poucos o aumento da participação da energia que vem dos ventos. No início deste ano a capacidade eólica instalada foi de 14,79 GW e a participação dessa fonte na matriz alcançou 9%. Para se mensurar o rápido crescimento, em 2017, representava 7,1% de toda a energia produzida no país.
Em 2018, a geração eólica cresceu 15% em comparação ao ano de 2017. A geração total do sistema, no entanto cresceu 1,5%. A representatividade da fonte eólica em relação a toda energia gerada no período pelas usinas do Sistema alcançou 8,4%. A fonte hidráulica foi responsável por 72,6% do total e as usinas térmicas responderam por 19% incluindo as usinas solares.
A energia eólica é limpa, não polui por não emitir o monóxido de carbono (CO2). Apenas em 2018 os parques eólicos chegaram a evitar 1.126.903,7 toneladas de CO2, que corresponde à emissão anual equivalente de aproximadamente 17 milhões de automóveis.
A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) prevê que até o final deste ano a capacidade instalada seja de 15.865 MW e, que nos próximos quatro anos, em 2023, chegue a 19.388,3 MW, considerando os leilões já realizados e contratos firmados no mercado livre.
Atualmente, a produção de energia eólica é realizada em 580 parques eólicos, com 7.500 aerogeradores em operação, localizados em 12 Estados brasileiros, com destaque as Regiões Sul e Nordeste do País. Rio Grande do Norte é o principal produtor nacional, com 150 parques eólicos e com a potência instalada de 4.043,1 megawatts (MW). Em seguida, a Bahia, com 3.600 MW de capacidade instalada com 139 parques.
Em fevereiro de 2019, a soma de capacidade instalada chegou a 14,8 gigawatts (GW). Apenas a geração de energia pelos aerogeradores é capaz de atender 25,5 milhões de residências por mês, o que representa 80 milhões de habitantes. No ano de 2018, foram gerados 48,4 TWh de energia eólica, os dados são da ABEEólica. E essa geração representou 8,6% de toda a geração injetada no Sistema Interligado Nacional (SIN) no período. A Associação ressalta que foi registrado um crescimento de 14,6% em relação a geração do ano de 2017, frente ao crescimento de 1,5% da geração de toda a geração do SIN.
Avanços
Em 2017, o Brasil ultrapassou o Canadá no Ranking Mundial de capacidade instalada e agora ocupa a 8º posição. Em 2012, o país estava na 15º colocação.
O Brasil também se destaca na tecnologia onshore, que consiste em instalar parques eólicos ao longo da costa marítima. O Brasil ficou em quinto lugar no ranking desta geração no mundo, com 1,939 MW. Atrás de China, com 21,200 MW, Estados Unidos (7,588 MW), Alemanha (2,402 MW) e Índia (2,191 MW).
Segundo Elbia Gannoum, Presidente da ABEEólica, o Brasil se mantém entre os países que se destacam no crescimento do mercado de energia eólica. Para ela, é importante contextualizar que, neste ranking, o que conta é o resultado específico do ano, então há oscilações frequentes. “Em 2012, por exemplo, estivemos em oitavo lugar e em 2015, ano de instalação recorde até agora para nós, estivemos em quarto lugar. Em 2017, quando instalamos 2 GW, até um pouco mais que o ano passado, ficamos em 6º lugar porque Reino Unido e Índia tiveram uma grande instalação naquele ano. Nossa expectativa agora é pelo Ranking de Capacidade Eólica Acumulada, que soma tudo de eólica que os países têm instalado e que será divulgado pelo GWEC no início de abril”, explica.
Não só no Brasil a energia eólica está crescendo. A capacidade eólica total instalada no mundo atingiu 591 GW no final de 2018, um crescimento de 9,6% em relação ao final de 2017. Dados globais divulgados pelo GWEC (Global Wind Energy Council), o Conselho Global de Energia Eólica, apresentam que o setor instalou 51,3 GW de nova capacidade eólica em 2018 no mundo. Desde 2014, o mercado global de energia eólica vem instalando acima de 50 GW de nova capacidade a cada ano.
Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia