O volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul atingiu 49,69 milhões de toneladas na segunda metade de julho, alta de 4,25% em relação às 47,67 milhões de toneladas registradas na mesma quinzena do ano passado.O diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, alerta que “apesar desse avanço, a moagem permanece atrasada no acumulado da safra”.
Até 1º de agosto, a quantidade processada segue abaixo daquela observada no ciclo 2018/2019: 307,81 milhões de toneladas, contra 316,53 milhões de toneladas no mesmo período do último ano – queda de 2,75%. “Essa retração reflete a moagem no Estado de São Paulo, principal polo produtor de cana-de-açúcar do País, defasada em mais de 10 milhões de toneladas”, comenta Rodrigues. Até o momento, o volume processado no Estado somou 179,51 milhões de toneladas, ante 190,52 milhões de toneladas em igual período da safra anterior. Pesquisa do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) para uma amostra comum de usinas mostra uma produtividade agrícola de 83,78 toneladas por hectare entre abril a julho de 2019, ante 81,30 toneladas por hectare até a mesma data do ciclo 2018/2019. O indicador mensal alcançou 81,28 toneladas por hectare em julho, alta de 3,73% quando comparado ao mesmo mês de 2018.
Qualidade da matéria-prima
A redução de 2,75% na moagem acumulada concorre com uma forte queda (de 6,95%) da quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) disponível para conversão em açúcar e em etanol.Com relação à cana-de-açúcar moída, essa concentração de ATR atingiu 128,74 kg por tonelada até 1º de agosto de 2019, 4,31% abaixo daquela apurada na safra 2018/2019.Na 2ª quinzena de julho, o indicador totalizou 141,30 kg por tonelada, contra 150,53 kg no mesmo período do ano anterior.
“Essa redução de quase 10 kg na qualidade da matéria-prima deve-se, em parte, à geada que atingiu cerca de 400 mil hectares de canaviais no Centro-Sul”, destaca o executivo. “O fenômeno obrigou muitas unidades a colher a lavoura afetada mesmo antes da planta atingir seu estágio ideal de maturação”, finaliza.
Produção de açúcar e de etanol
Enquanto a moagem aumentou 4,25% nos últimos 15 dias de julho, a produção de açúcar caiu 5,50%. Foram 2,48 milhões de toneladas fabricadas na safra atual, contra 2,62 milhões de toneladas na mesma quinzena de 2018.No acumulado desde o início da safra 2019/2020 até 1º de agosto, essa retração atinge 9,87%. Com 13,33 milhões de toneladas de açúcar produzidas no ciclo atual, este valor é quase 1,5 milhão de toneladas menor em relação aquele contabilizado até a mesma data de 2018 (14,79 milhões de toneladas).
Quanto ao etanol, o volume fabricado totalizou 2,65 bilhões de litros na última quinzena de julho (835,06 milhões de litros de etanol anidro e 1,81 bilhão de litros de etanol hidratado), valor muito próximo dos 2,62 bilhões de litros registrados no ano anterior. No acumulado da safra 2019/2020, essa produção somou 15,48 bilhões de litros (4,79 bilhões de litros de etanol anidro e 10,69 bilhões de litros de etanol hidratado).
Refletindo esses números, desde o início da safra até 1º de agosto, 35,31% da matéria-prima processada destinaram-se à fabricação de açúcar. Na segunda metade de julho, esse percentual atingiu 37,04%, contra 38,35% em 2018.
Vendas de etanol
Em julho, o volume comercializado de etanol pelas unidades produtoras do Centro-Sul somou 2,92 bilhões de litros, dos quais 222,34 milhões de litros destinados à exportação e 2,70 bilhões de litros ao mercado interno.No mercado doméstico, as vendas de etanol hidratado atingiram 1,94 bilhão de litros, alta de 12,94% sobre o mesmo mês de 2018. Deste volume, 1,03 bilhão de litros foram comercializados nos últimos 15 dias de julho, frente a 942,39 milhões de litros em igual quinzena do ano passado. Já as vendas de etanol anidro ao mercado interno alcançaram 755,02 milhões de litros em julho, com 394,00 milhões de litros vendidos na metade final do mês. Unica