Entre as medidas em estudo de apoio ao setor sucroenergético, devido à pandemia da covid-19, a redução de PIS/Cofins sobre o etanol me parece ser a mais plausível de ser implantada, disse o ex-diretor geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, no Webinar DATAGRO “Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – Visão pós covid-19”, realizado na terça-feira (05).
A transmissão online também contou com a participação do ex-diretor do Ministério de Minas e Energia (MME) e atual CEO da EnP – Energy Platform, Márcio Félix. A moderação ficou a cargo do presidente da DATAGRO, Plinio Nastari.
Segundo Oddone, o corte de PIS/Cofins sobre o etanol teria efeito equivalente ao aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) para gasolina, bem como da elevação dos impostos de importação incidentes sobre o combustível fóssil. “O aumento da CIDE gera dificuldades paralelas no mercado”, ressaltou. Outra medida em estudo pelo governo de apoio ao setor sucroenergético é a de uma linha de financiamento para estocagem de açúcar e etanol.
Em relação ao RenovaBio, Félix acentuou que se trata de uma política de Estado consolidada de alcance internacional, no que foi endossado por Oddone e Nastari.
Na avaliação de Oddone, os preços do petróleo devem continuar baixos no curto e médio prazo, em razão, dos estoques elevados e da competição com a produção que será mantida. Um ponto ressaltado por todos os participantes foi que o pós-pandemia poderá acarretar em um maior ganho de consciência da sociedade acerca da importância das energias renováveis, considerando os impactos das fontes fósseis nas mudanças climáticas e na saúde das pessoas. Datagro