A medição do consumo de energia, água e gás, por meio de visitas mensais de funcionários das concessionárias, em todas as casas e ruas, começa a chegar ao fim. Principalmente para as distribuidoras de eletricidade, que suspenderam temporariamente esta atividade por causa da epidemia de covid-19, passando a cobrar pela média de consumo dos meses anteriores ou com a ajuda do próprio cliente para informar a leitura do seu relógio medidor.
Esta evolução tecnológica já era prevista com a chegada da “Tarifa Branca” – modelo de cobrança por faixa horária de consumo, para a qual a distribuidora é responsável pela instalação de um medidor eletrônico inteligente. Inicialmente a previsão é de longo prazo, pois o entendimento e a adesão dos consumidores é gradual. Os custos envolvidos na aquisição e implantação dos novos equipamentos são responsabilidade das distribuidoras.
Porém, com a necessidade de preservar a saúde dos funcionários, manter o fornecimento de eletricidade e se adequar a novos padrões de consumo como a adoção do home office e home school de forma maciça, as distribuidoras de energia estão acelerando os planos de modernização da medição, priorizando investimentos em “Smart Grid” – Redes Inteligentes.
Para a CAS Tecnologia, fornecedora de módulos de comunicação inteligentes, assim como plataformas de gestão e serviços em Smart Srids para mais de 80% das distribuidoras em todo o país, o aumento na aquisição desses produtos foi de 10% nestes últimos 3 meses, em comparação com o mesmo período do ano passado.
“O aumento nas compras não está sendo linear, porque cada distribuidora possui planos específicos de investimentos, quase sempre de longo prazo, e podem estar realizando outros investimentos importantes no momento. Mas, seguramente, todas estão inserindo a medição remota em seus projetos, que poderão variar em função do impacto que a redução das atividades econômicas pode provocar em suas receitas”, afirma Octávio Brasil, gerente de marketing da CAS Tecnologia.
Ele explica que a automatização desta atividade requer a implementação e instalação de novos equipamentos, como medidores eletrônicos inteligentes, módulos de comunicação com inteligência de campo embarcada, serviços de comunicação de dados – 3G – 4G – IoT – e softwares para gerenciamento e análise de todas essas informações, passando a contemplar sistemas de automatização de tarefas repetitivas, o que aumenta a assertividade e possibilita que os analistas de medição se dediquem a atividades mais importantes, preventivas e corretivas, que garantem a melhoria contínua do fornecimento.
Vantagens
A automatização oferecida pelas redes inteligentes, as novas tecnologias de comunicação digitalizadas e a modernização da medição do fornecimento e do consumo, tanto de energia como de água e gás, trarão vantagens para todos, provedores e usuários, indo ao encontro de outras mudanças estruturais nesses setores de serviços públicos.
Para as empresas, permite receber as informações com segurança, sem erros de leitura, online e sem aquele antigo sistema de simplesmente imprimir as contas. Também fornece informações mais precisas para planejarem a compra, o fornecimento e a distribuição da energia elétrica, podendo ainda investir em pessoas, realocando parte dos recursos humanos, atualmente envolvido com a leitura de campo, para atividades analíticas, mais importantes, mais inteligentes e mais produtivas.
“Durante a pandemia, algumas das ferramentas de análise e de automatização de tarefas repetitivas, como a leitura de consumo de clientes que já possuem equipamentos telemedidos, foram usadas, liberando técnicos e analistas para atender outras demandas surgidas por conta de mudanças nos perfis de consumo, como trabalho remoto, alterações na mobilidade e novos rotinas, em casa e no trabalho. O fornecimento de energia elétrica é uma atividade essencial e não pode sofrer interrupções”, completa Brasil.
Para o segmento de água, por exemplo, a medição remota permite acompanhar o consumo online, por meio de um aplicativo de celular, facilitando identificar formas de economizar ou identificar suspeitas de vazamentos.
Para o segmento de energia, por outro lado, com essa modernização será possível, futuramente, participar do mercado livre de energia, do qual estuda-se a participação de consumidores residenciais, como ocorre em alguns países.
Entre as distribuidoras de água, o ritmo de implementação de Redes Inteligentes ainda é mais lento. Diferentemente do segmento de energia (com predominância de empresas privadas), o segmento de água é composto por empresas predominantemente públicas. Em relação aos condomínios, a medição individualizada já possui uma lei que determina que, a partir de 2021, todas as novas construções sejam entregues contemplando, em sua planta hidráulica e estrutura de acesso, a possibilidade de implementação de sistema de medição individualizada. Com isso, esses medidores também podem ser conectados a módulos de comunicação remota para que o consumo seja monitorado remotamente e para que o próprio consumidor também possa acompanhar seu consumo por aplicativo e identificar possíveis suspeitas de vazamentos, pois os equipamentos registram os dados diversas vezes ao dia, inclusive na madrugada. CAS Tecnologia