Foto -Divulgação Coppe/UFRJ

A energia das ondas do oceano brasileiro

O Brasil, segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), é capaz de atender três vezes o que o país precisa em termos de energia. Agora, o Brasil também tem a capacidade alta para produzir energia eólica offshore, isso é fora do continente.  Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o  potencial técnico da fonte eólica offshore no Brasil é de 700 GW em locais com profundidade até 50 metros.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), responsável pela supervisão e regulamentação ambiental, realizou ano passado oficinas com discussões sobre o assunto e lançou o documento “Mapeando Modelos de Tomada de Decisão Ambiental Aplicada na Europa para Projetos Eólicos Offshore”. O objetivo de construir modelos regulatórios ambientais para estimular os investimentos na geração de energia eólica offshore no país. O litoral do Nordeste brasileiro possui uma capacidade de gerar energia de 50 usinas Itaipu.  “A nossa energia eólica onshore é muito competitiva e sua abundância é um fator que explica por que o Brasil ainda não entrou no negócio eólico offshore, que é um pouco mais caro a princípio. Além disso, tecnologicamente, são projetos mais complexos que precisam de um tempo de maturação mais longo”, explica presidente da ABEEólica, Elbia Gannoum. A Neoenergia já começou o licenciamento de três novos projetos para a construção de eólicas offshore no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Ceará. Juntos, somam 9 GW de capacidade instalada em 600 aerogeradores – maiores projetos em planejamento no país.

A Escola Politécnica (Poli) da USP desenvolve, com financiamento do Escritório de Pesquisa Naval Global (ONR Global), turbinas eólicas flutuantes offshore (conhecida também, em inglês, como Floating Offshore Wind Turbines – FOWTs). “Na década passada, vimos muito esforço no campo da engenharia offshore para conceber, projetar e validar esse novo tipo de sistema flutuante. Atualmente, após muitos projetos de demonstração, a viabilidade do conceito é comprovada e, como resultado, estamos testemunhando os primeiros parques eólicos comerciais flutuantes ”, afirma o professor Alexandre Simos, que lidera o projeto.

Como as FOWTs são dispositivos relativamente novos, ainda há espaço para otimização do design. Com novos conceitos de cascos flutuantes com o objetivo de reduzir os movimentos da turbina ainda estão sendo projetados e propostos. Além disso, para tornar economicamente viável o uso de FOWTs em águas profundas (maiores que 1.000 metros), o projeto de sistemas de ancoragem otimizados, feitos de materiais leves, também será um desafio.

Canal-Jornal da Bioenergia 

Veja Também

Aprovado crédito para expansão do maior complexo de energia solar da América Latina

Empreendimento, em Minas Gerais, acrescenta 422MWp ao Complexo Solar Janaúba, elevando sua capacidade instalada para …