O Brasil tem potencial para ser um líder regional, ajudar o mundo com sua biodiversidade e a reduzir os efeitos das mudanças climáticas. Além disso, sua natureza pode gerar ganhos a partir da bioeconomia. As observações são de Mercedes Bustamante, presidente da CAPES e professora titular do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB). Na quinta-feira, 16 de março, Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, a Fundação destaca o posicionamento de sua gestora em entrevistas recentes e ressalta os investimentos públicos para a área.
Mercedes afirma que o mundo “espera do Brasil uma liderança que sirva de exemplo para a faixa tropical do planeta”, mas que o País precisa usar seus ativos para ter uma matriz econômica baseada em produtos mais valorizados e na sustentabilidade: “O Brasil tem sido, ao longo de séculos, basicamente um exportador de commodities; isso resulta num processo de exploração muitas vezes predatória”.
A ciência é a chave para impulsionar essa transformação. A CAPES mantém uma ação permanente de atuação em diversas frentes ambientais como, por exemplo, o Programa Emergencial de Prevenção e Enfrentamento de Desastres Relacionados a Emergências Climáticas, Eventos Extremos e Acidentes Ambientais. Entre os 12 projetos apoiados, encontra-se o Estratégia de prevenção e mitigação de acidentes ambientais causados por mineração de ferro com uso de espécies vegetais nativas. A proposta, coordenada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG), estuda o uso espécies nativas de Cerrado e Campo Rupestre para mitigar os impactos da mineração em Minas Gerais.
Três bolsistas da CAPES compõem a equipe do projeto: Brenda Silva Soares, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Manejo e Conservação de Ecossistemas da UFV, Hauane da Silva Correa, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Josyelem Tiburtino Leite Chaves, que recebe apoio para pós-doutorado pela iniciativa. Além da UFV e da UFPR, participam também as Universidades Federais de Lavras (Ufla) e de Minas Gerais (UFMG).
Em entrevista à TV Brasil, Mercedes Bustamante observou que não aproveitar a capacidade intelectual das mulheres é “abrir mão de 50% dos cérebros do País”. No seminário “Educação: palavra feminina”, a gestora observou que a equidade de gênero é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) traçados pela Organização das Nações Unidas (ONU) na Agenda 2030. Outros dizem respeito a ações pelo clima: a própria ONU classifica o período de 2021 a 2030 como a década de restauração ecológica. Ao unir essas pautas a CAPES trabalha por um mundo mais seguro e sustentável.
Sobre a data
O Brasil instituiu 16 de março como o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas com a publicação da Lei nº 12.533/2011. A norma alerta a população para a importância de se adotarem ações que mitiguem as mudanças climáticas e determina que escolas promovam “atos, eventos, debates e mobilizações relacionados a medidas de proteção dos ecossistemas brasileiros”.
CAPES