Governo quer acelerar transição energética e investimentos em biocombustíveis

A transição energética será um dos seis eixos do novo programa de investimentos estratégicos em infraestrutura que vem sendo desenhado pelo governo federal. Ainda sem nome definido, o plano é apelidado de “novo PAC”, referência ao Programa de Aceleração do Crescimento, criado nos governos anteriores de Lula e de Dilma Rousseff para apoio e monitoramento de investimentos públicos e de estatais, explica a epbr. Os outros focos do programa são transportes, infraestrutura social, inclusão digital e conectividade, infraestrutura urbana e Água para Todos, completa o Jota.

Na reunião ministerial em alusão aos 100 dias de seu governo, o presidente Lula disse que a transição energética no Brasil será acelerada com o lançamento de novos leilões para ampliação da energia solar e eólica. E também afirmou que o país se transformará em uma potência da produção de hidrogênio verde, de acordo com a Reuters e o Canal Energia.

O presidente afirmou que a Petrobras vai investir em combustíveis renováveis e na ampliação da frota de navios da Transpetro, subsidiária de transportes da estatal, informa o Estadão. “Preste atenção, ministro de Minas e Energia [Alexandre Silveira], a Petrobras financiará pesquisa para combustíveis renováveis. Ao mesmo tempo, retomará o papel protagonista nos investimentos, ampliando a frota de navios da Transpetro e gerando emprego em nossos estaleiros”, declarou Lula.

A referência a Silveira se deve ao fato de o ministro ter sido desautorizado por Lula quando falou sobre a política de preços dos combustíveis da estatal. O ministro afirmou, em entrevista à Globonews, que a Petrobras iria mudar seu modelo de precificação, deixando de seguir a paridade com o mercado internacional. Entretanto, embora seja uma bandeira da campanha de Lula, o presidente disse que nada ainda está decidido.

Lula frisou que a Petrobras não é apenas uma empresa de petróleo, mas de energia. Assim, o presidente reforçou o discurso da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que recentemente disse que a estatal tem de deixar de ser uma companhia para explorar óleo e gás natural.

“A Petrobras não pode continuar como uma empresa de exploração de petróleo. Isso é um desafio para o governo e um desafio para os seus acionistas. Ela tem que ser uma empresa de energia que vai usar inclusive o dinheiro do petróleo para fazer essa transição [energética], para deixar essa fonte que é altamente impactante para o equilíbrio do planeta”, disse Marina.No momento, o principal conflito entre a área ambiental do governo Lula e a Petrobras, apoiada pelo Ministério de Minas e Energia, envolve a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas, de alta sensibilidade ambiental. Apesar de Marina Silva e o IBAMA indicarem que qualquer atividade de exploração de óleo e gás na região precisa de mais estudos, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, e o ministro Alexandre Silveira têm pressionado pela licença, sob o argumento de que a atividade vai levar “desenvolvimento” à área. ClimaInfo

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