A produção de biodiesel no Brasil tem crescido nos últimos anos, acompanhando o aumento da mistura obrigatória do biocombustível ao diesel. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a produção brasileira de biodiesel deve alcançar o recorde de 9 bilhões de litros em 2024, superando os 7,3 bilhões de litros esperados para 2023.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de biodiesel, atrás apenas dos Estados Unidos. Porém, a produção de biodiesel no Brasil enfrenta alguns entraves atualmente, como: custo da matéria-prima já que o óleo de soja, que representa cerca de 70% da matéria-prima do biodiesel no Brasil, teve uma forte alta de preços nos últimos anos, devido à demanda internacional. Isso encarece o custo de produção do biodiesel e reduz a competitividade do biocombustível em relação ao diesel fóssil.
Outro problema é a falta de diversificação porque apesar de existirem outras fontes de óleos vegetais e gordura animal para a produção de biodiesel, como girassol, amendoim, mamona, palma e sebo, elas ainda têm uma participação pequena no mercado. A falta de diversificação torna o setor mais dependente da soja e mais vulnerável às oscilações de preço e oferta. É preciso ainda considerar a questão da importação de insumos. É que produção de biodiesel no Brasil depende da importação de metanol e metilato, que são usados no processo de transesterificação. Esses insumos são produzidos principalmente na Argentina e nos Estados Unidos, e têm um custo elevado de transporte e tributação.
Nova mistura
A partir de março deste ano haverá o aumento na mistura de biodiesel ao diesel para 14%. Assim, com a previsão de que teremos aumento do consumo interno, a produção de biodiesel deve elevar em quase 28% a demanda por soja. Segundo a consultoria StoneX, a indústria de biodiesel deverá consumir 36,8 milhões de toneladas de soja em 2024, contra 28,8 milhões no ano passado.
Canal-Jornal da Bioenergia