Os biocombustíveis oferecem uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis. Eles têm um impacto ambiental que varia conforme o tipo de biocombustível, a matéria-prima utilizada e os métodos de produção. No caso das emissões de GEE, o etanol de cana-de-açúcar tem uma pegada de carbono menor do que o etanol de milho. Isso se deve ao fato de que a cana-de-açúcar ser uma cultura que não precisa ser replantada anualmente, reduzindo as emissões associadas ao preparo do solo e ao plantio. Além disso, as usinas de etanol de cana-de-açúcar utilizam o bagaço da cana como fonte de energia, o que contribui para uma pegada de carbono menor.
Por outro lado, o etanol de milho tem a vantagem de poder ser produzido durante todo o ano, o que pode ajudar a equilibrar a oferta e a demanda de biocombustíveis. Vale ressaltar ainda que a produção de etanol de milho gera coprodutos como DDGs, que podem ser usados como ração animal, contribuindo para a sustentabilidade geral do processo.
Energia
De acordo com estudos da Embrapa Meio Ambiente e da EPE, cada unidade de megajoule de energia gerada pela queima do etanol hidratado feito de cana no Brasil poupa, em média, a emissão de 59,28 gramas de gás carbônico equivalente em comparação com a energia gerada da gasolina. Esse número é apenas um pouco melhor que a vantagem ambiental do milho, já que um megajoule de energia gerado da queima do etanol hidratado feito de milho no Brasil poupa, em média, 57,05 gramas de CO2 equivalente, de acordo com a média das notas de eficiência das usinas cadastradas no RenovaBio em novembro de 2024. Esses números não consideram a pegada das usinas “flex”. Porém, a parcela do etanol feito da cana que consegue ter sua pegada de carbono rastreada, ao menos no programa RenovaBio, é bem maior do que a do etanol de milho. Enquanto 88,8% da produção de etanol de cana das usinas certificadas no RenovaBio poderia obter remuneração pela pegada ambiental (através da venda de Créditos de Descarbonização) em 2024, apenas 60% da produção de etanol de milho das usinas certificadas estava apta a usufruir do benefício.
Avanços ambientais do etanol de milho
De acordo com a União Nacional do Etanol de Milho (UNEM) , um avanço significativo no setor é a implementação de tecnologias de captura e armazenagem de carbono de bioenergia (BECCS). Por meio desse processo, o CO₂ gerado durante a fermentação do milho é capturado e estocado de forma segura em camadas profundas do solo, contribuindo diretamente para a mitigação das mudanças climáticas. Isso faz com que o etanol de milho se torne uma solução ainda mais eficiente na redução de emissões.
Canal-Jornal da Bioenergia