O Brasil pode colher 655,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2015/2016, o que representa um índice 3,2% superior aos 634,8 milhões de toneladas da safra anterior. Os números apresentados, nesta quinta-feira (13), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não surpreenderam o corpo técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), já que é natural a mudança dos dados em função da dinamicidade do setor, onde as questões mercadológicas e de clima influenciam bastante na tomada de decisões na produção. A entidade entende ainda que os números apresentados passarão por novos ajustes em um terceiro levantamento, já que há uma expectativa de continuidade das interferências climáticas do El Ñino com previsão de chuvas iniciando mais cedo, o que pode afetar diretamente a colheita, além das posições de mercado que podem também ter leves modificações.
O assessor técnico da Faeg para a área de Cana-de-açúcar, Alexandro Alves explica que o levantamento refletiu bem as condições de mercado pela qual o setor passa no momento. “A queda dos preços internacionais do açúcar, o fator cambial e o aumento considerável da demanda por etanol no país, proporcionaram uma mudança no cenário de produção em boa parte das regiões produtoras, inclusive em Goiás. O mix aproximado na safra anterior para o estado era de 23% da cana destinada à fabricação de açúcar e 78% destinada ao etanol. Agora foi evidenciada que as questões de mercado interferiram diretamente na dinâmica de produção, onde temos 20% da cana destinada ao açúcar e 80% destinada à fabricação de etanol”, pontua.
Alexandro explica ainda que essa redução foi motivada pelo fato de que os preços do açúcar no mercado internacional apresentaram as menores cotações em seis anos. “Isso, aliados à fraca demanda em função dos altos estoques mundiais, contribuíram para a mudança. Além disso, a forte demanda por etanol em função do aumento do preço da gasolina, influenciaram decisivamente na alteração do mix”.
Em âmbito nacional, a Conab informou que o maior volume da cana colhida vai ser destinado à fabricação de etanol, que representa 55,9% da produção. O etanol total deve ter uma redução de 0,5%, passando de 28,66 para 28,52 bilhões de litros. Já o hidratado, utilizado nos veículos “flex-fuel”, reduziu em 2,2%, alterando a marca de 16,9 bilhões para 16,6 bilhões de litros. O anidro, destinado à mistura com gasolina, apresenta aumento de 2%, passando de 11,7 bilhões para 12 bilhões de litros.
Para a produção de açúcar, está previsto um aumento de 4,8%, e deve passar das 35,56 milhões de toneladas para 37,28 milhões, o que representa 1,7 milhão de toneladas a mais.
Etanol
Segundo a Conab, os dados referentes ao etanol também tiveram alteração. O primeiro levantamento mostrou um acréscimo de 3,3% na produção goiana do produto, sendo que no levantamento atual o índice percentual de aumento é de quase 7% comparado à safra anterior. Destaque para o aumento de mais de 10% na produção de hidratado e queda de 2,2% na produção de anidro.
Alexandro explica que no cenário nacional o contexto é outro. “Houve uma queda de 2,2% na produção de hidratado e aumento de 2% na produção de anidro, fato que podemos explicar pela maior demanda em função do aumento para 27% da mistura na gasolina, apesar de se observar queda no consumo do combustível fóssil. Goiás deve fechar com uma produção de 3,4 bilhões de litros de hidratado e 1 bilhão de litros de anidro totalizando 4,4 bilhões de litros produzidos”, completa.
Clima
Alexandro Alves explica que além das condições mercadológicas, os fatores climáticos também pesaram para o resultado do levantamento. “Em Goiás, como em outras partes da região Centro-Sul, tivemos a influência notória do fenômeno El Ñino que trouxe condições desfavoráveis ao desenvolvimento fisiológico num primeiro momento, especialmente entre out/14 a jan/15 onde enfrentamos um forte período de seca além de altas temperaturas. Mas que em um segundo momento, nos trouxe um forte e prolongado período chuvoso que se estendeu de entre março e julho”, pontua, fazendo referência à melhoria da produtividade.
O assessor técnico da Faeg explica que as plantas conseguiram se recuperar bem com as chuvas, o que resultou na melhoria de produtividade em algumas regiões, ficando um pouco acima na média geral comparada a safra anterior. “Os níveis de ATR, porém, estão mais baixos em função do alto índice pluviométrico observado no período. Mesmo mediante as adversidades climáticas, a produtividade goiana cresceu em torno de 3,8% comparado à safra anterior”. Alexandro completa pontuando que a produtividade dos canaviais goianos é hoje uma das maiores do país, atrás apenas da Bahia.
Área de produção
Por fim, Alexandro Alves explica que apesar da redução de área plantada no Brasil, em função de fechamentos de usinas e da não renovação de canaviais já bastante envelhecidos, Goiás cresceu 6,3% a área colhida, passando de 854,2 mil hectares para 908 mil hectares, oque representa 10% de toda cana processada no país. “A produção também teve destaque, passamos de 66,3 milhões de toneladas na safra 14/15 para quase 71 milhões de toneladas no atual ciclo: um acréscimo de quase 7%”.
O levantamento da Conab trouxe ainda um destaque para o açúcar, que demostrou queda. “No primeiro levantamento houve um acréscimo de 3,5% na produção em Goiás. Já no segundo levantamento a previsão mudou drasticamente, passando a ser negativa em 8,5% comparado à safra anterior. Goiás deve produzir 1,8 milhões de toneladas e caiu para a 5ª colocação no ranking nacional de produção, atrás de SP, PR, MG e AL”, finaliza Alexandro.
O Brasil pode colher 655,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2015/2016, o que representa um índice 3,2% superior aos 634,8 milhões de toneladas da safra anterior. Os números apresentados, nesta quinta-feira (13), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não surpreenderam o corpo técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), já que é natural a mudança dos dados em função da dinamicidade do setor, onde as questões mercadológicas e de clima influenciam bastante na tomada de decisões na produção. A entidade entende ainda que os números apresentados passarão por novos ajustes em um terceiro levantamento, já que há uma expectativa de continuidade das interferências climáticas do El Ñino com previsão de chuvas iniciando mais cedo, o que pode afetar diretamente a colheita, além das posições de mercado que podem também ter leves modificações.
O assessor técnico da Faeg para a área de Cana-de-açúcar, Alexandro Alves explica que o levantamento refletiu bem as condições de mercado pela qual o setor passa no momento. “A queda dos preços internacionais do açúcar, o fator cambial e o aumento considerável da demanda por etanol no país, proporcionaram uma mudança no cenário de produção em boa parte das regiões produtoras, inclusive em Goiás. O mix aproximado na safra anterior para o estado era de 23% da cana destinada à fabricação de açúcar e 78% destinada ao etanol. Agora foi evidenciada que as questões de mercado interferiram diretamente na dinâmica de produção, onde temos 20% da cana destinada ao açúcar e 80% destinada à fabricação de etanol”, pontua.
Alexandro explica ainda que essa redução foi motivada pelo fato de que os preços do açúcar no mercado internacional apresentaram as menores cotações em seis anos. “Isso, aliados à fraca demanda em função dos altos estoques mundiais, contribuíram para a mudança. Além disso, a forte demanda por etanol em função do aumento do preço da gasolina, influenciaram decisivamente na alteração do mix”.
Em âmbito nacional, a Conab informou que o maior volume da cana colhida vai ser destinado à fabricação de etanol, que representa 55,9% da produção. O etanol total deve ter uma redução de 0,5%, passando de 28,66 para 28,52 bilhões de litros. Já o hidratado, utilizado nos veículos “flex-fuel”, reduziu em 2,2%, alterando a marca de 16,9 bilhões para 16,6 bilhões de litros. O anidro, destinado à mistura com gasolina, apresenta aumento de 2%, passando de 11,7 bilhões para 12 bilhões de litros. Para a produção de açúcar, está previsto um aumento de 4,8%, e deve passar das 35,56 milhões de toneladas para 37,28 milhões, o que representa 1,7 milhão de toneladas a mais. Faeg.