O volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul atingiu 47,26 milhões de toneladas na segunda metade de agosto. Essa quantidade é praticamente idêntica aos 47,45 milhões de toneladas processadas na mesma quinzena de 2014. No acumulado desde o início da safra 2015/2016 até 1º de setembro, a moagem alcançou 374,25 milhões de toneladas, contra 372,69 milhões de toneladas registradas em igual período da safra anterior.
O diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, salienta que “no agregado do Centro-Sul a quantidade de cana moída até o momento é praticamente a mesma da safra passada, mas no Estado de São Paulo a safra continua atrasada em mais de 10 milhões de toneladas”. Caso a moagem no Estado não se recupere em setembro, é possível que o volume de cana bisada aumente no final deste ciclo agrícola, acrescentou.
Produção de açúcar e de etanol
Seguindo a tendência observada nas últimas quinzenas, a proporção de matéria-prima destinada à fabricação de açúcar na segunda quinzena de agosto (43,21%) manteve-se consideravelmente abaixo do nível observado na mesma data da safra 2014/2015 (45,26%). Com isso, a produção de açúcar nos últimos quinze dias do mês atingiu apenas 2,84 milhões de toneladas, recuo de 5,95% em relação as 3,02 milhões de toneladas verificadas em igual data do último ano. A produção de etanol, em sentido contrário, aumentou 2,36% na segunda quinzena de agosto, alcançando 2,3 bilhões de litros este ano contra 2,25 bilhões de litros no mesmo período de 2014.
Do etanol total produzido nos últimos quinze dias de agosto, 920,27 milhões de litros foram de etanol anidro e 1,38 bilhão de litros de etanol hidratado, alta de 7,23% quando comparado aos 1,29 bilhão de litros verificados em igual data de 2014. Para Rodrigues, “as chuvas observadas na primeira quinzena de setembro devem intensificar o mix de produção mais alcooleiro e dificultar o avanço da moagem”. Em períodos mais úmidos, a matéria-prima perde qualidade e fica mais difícil e caro produzir açúcar, acrescenta o executivo.
No acumulado desde o início da safra 2015/2016 até 1º de setembro, a produção de açúcar alcançou 19,2 milhões de toneladas, queda de 8,31% no comparativo com a safra 2014/2015. A produção de etanol, por sua vez, totalizou 16,65 bilhões de litros, sendo 10,56 bilhões de litros de etanol hidratado e 6,1 bilhões de litros de etanol anidro. “Estamos com mais de 60% da safra concluída e a produção de açúcar continua com defasagem superior a 1,7 milhão de toneladas no comparativo com o ciclo anterior, indicando que a migração para etanol ao final da safra 2015/2016 será superior àquela esperada no início do ano”, ressaltou o diretor da UNICA.
Qualidade da matéria-prima
A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar processada atingiu 145,89 kg nos últimos 15 dias de agosto, ante 141,22 kg registrados na primeira metade do mês e 147,49 kg verificados na mesma quinzena da safra 2014/2015. No acumulado desde o início da moagem em 2015/2016 até 1º de setembro, o teor de ATR por tonelada de matéria-prima totalizou 129,44 kg, contra 132,85 kg apurados em igual período do ano passado.
Vendas de etanol
As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul continuam aquecidas. Em agosto, o volume comercializado pelos produtores atingiu 2,74 bilhões de litros, alta de 34,26% em relação ao montante vendido no mesmo mês de 2014. Deste total comercializado em agosto, 258,84 milhões de litros direcionaram-se à exportação e 2,48 bilhões de litros ao mercado doméstico.
Especificamente em relação ao volume de etanol hidratado comercializado no mercado interno, este somou 1,62 bilhão de litros em agosto deste ano, frente a 1,12 bilhão de litros registrados no mesmo mês da safra 2014/2015 – crescimento de 43,89%. As vendas internas de etanol anidro, por sua vez, totalizaram 862,79 milhões de litros em agosto, contra 826,11 milhões de litros apurados no mesmo período de 2014.
O diretor da UNICA esclarece que “o crescimento nas vendas de etanol ao mercado doméstico decorre da ampliação da competitividade do biocombustível frente à gasolina, fato que também ajuda a explicar a preferência das unidades pelo produto na decisão sobre o mix de produção”. Com efeito, dados apurados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na última semana indicam que o preço pago pelo consumidor para o etanol hidratado foi inferior a 70% daquele praticado para a gasolina nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás. Juntos esses Estados representam mais de 60% da frota total de veículos leves do Brasil.
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