O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), vinculado ao Ministério de Minas e Energia (MME), informou que o suprimento energético deverá ser suficiente para atender a demanda estimada em 64.573 megawatts (MW) médios em 2016. “Há sobra estrutural de 9.359 MW médios para atender a carga prevista”, diz nota técnica.
O comitê realizou hoje o primeiro encontro do ano, no qual avaliou que o regime de chuvas verificado desde o final de 2015 para o Sul ficou em 294% da média para dezembro. No Sudeste as chuvas ficaram em 99% da média no mês passado. Pode-se dizer, com isso, que o risco ‘apagão’ é zero nas duas regiões que mais demandam energia no País.
O CMSE informou que o risco de déficit de energia para 2016 é próximo de zero para as outras regiões, mesmo com as chuvas de dezembro no Norte (29%) e no Nordeste (28%) tendo ficado abaixo da média histórica. Isto porque, no ano passado, entrou em operação um adicional de 6.428 MW no Sistema Interligado Nacional (SIN), superando a previsão inicial de 6.410 MW.
A sobra prevista de 9.359 MW médios será alcançada, de acordo com o CMSE, a partir da entrada em operação de novas usinas de geração de energia ao longo deste ano. Por isso, o risco energético é inferior a 5% e considera basicamente eventuais problemas “inerentes ao sistema”. A previsão é semelhante a de 2015, que iniciou janeiro com risco de 4,9% para o ano.
O comitê manteve a decisão de agosto do ano passado, quando determinou o desligamento de usinas térmicas com custo de geração superior a R$ 600 por MWh. As demais usinas devem ser mantidas em operação até o fim do período chuvoso, enquanto o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) monitora quanto de geração térmica será necessário para garantir o abastecimento de energia no País.
Isso significa que novas usinas movidas a gás e diesel poderão ser desligadas, em caso de sobra na geração. Como essas térmicas operam com custo mais alto do que as hidrelétricas, o desligamento delas pode tornar a conta de luz mais barata.
A decisão, contudo, será tomada pelo ONS considerando a distribuição da energia armazenada, ou seja, será necessário avaliar se é possível fazer o deslocamento do suprimento entre regiões onde houver menor geração em função da seca. “Mesmo com o sistema em equilíbrio estrutural, ações conjunturais específicas podem ser necessárias”, indica a nota. Portal Brasil