A Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) é um método que pode ajudar a elevar em no mínimo 15% a absorção de adubo nitrogenado no solo, proporcionando redução de custos e menor emissão de gases de efeito estufa sem perda de produtividade. Este insumo biológico auxilia o processo de FBN e potencializa a ação de bactérias que transformam o nitrogênio do ar em alimento (açúcar, no caso da cana). Isso diminui a necessidade de produtos industriais como forma de enriquecer o solo.
Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), diz que já foram obtidos muitos avanços nas pesquisas feitas pela Embrapa nesta área. “Associado ao inoculante natural, o uso do fertilizante industrial poderá ser otimizado, reduzindo as suas doses de aplicação no campo e, por consequência, os gastos do produtor. Quando estiver disponível comercialmente, este biofertilizante representará um importante avanço tecnológico para o setor sucroenergético”, ressalta. A Embrapa prevê que o uso comercial deverá acontecer no máximo em 5 anos.
De acordo com a pesquisadora da Embrapa, Cláudia Pozzi Jantalia, quando o nitrogênio é absorvido – em média, usa-se 80 quilos por hectare de cana –, ele não é consumido em sua totalidade pela planta. “Se ela aproveitou 30% do fertilizante aplicado pelo produtor, a planta inoculada chega a aproveitar 45%. Ou seja, observa-se um ganho de 15%”, revela. Grande parte do que não for absorvido ficará acumulado no solo, segundo a especialista.
“De 100% do nitrogênio ativo (nitrato e amônia) presente no solo, o que fica disponível para a planta são apenas 5%. O restante, com exceção do que não for ‘perdido’, ficará na forma de nitrogênio orgânico, formando uma parede celular de bactérias e/ou raízes”, revela Claudia.
Em relação à diminuição das emissões de GEEs em função da adoção do inoculante, a especialista da Embrapa explica que reduzir a dose do fertilizante feito à base de petróleo significará lançar menos poluentes durante a sua produção industrial e utilização no campo.
Canal-Jornal da Bioenergia com dados da Unica