O Greenpeace Brasil e a NESsT Brasil lançaram um desafio: convocar universitários de todo o país para trazerem suas ideias de como democratizar a energia solar. O concurso Desafio Solar para Negócios Sociais teve mais de 250 inscrições e mostrou que há muitos jovens com boas ideias por aí.
Ao longo de cinco meses, grupos selecionados participaram de seminários, palestras e mentorias com profissionais do mercado. Assim, eles receberam informações valiosas para conseguir tirar suas ideias do papel.
Segundo Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (ABSOLAR) é muito importante ouvir esses jovens e incentivá-los, ainda mais quando o interesse é por uma fonte limpa e renovável de energia.
Sauaia conversou com a equipe do Greenpeace Brasil sobre jovens e empreendedorismo, leia abaixo.
Greenpeace Brasil: Por que um investidor deveria apostar nos projetos de jovens como os que participaram do Desafio Solar para Negócios Sociais?
Rodrigo Sauaia: Jovens empreendedores trazem uma perspectiva única para o mundo dos negócios, pois contam com uma série de pontos favoráveis ao desenvolvimento e crescimento de empresas de alto impacto: eles possuem disposição para enfrentar riscos e situações desconhecidas; são capazes de identificar e se adaptar com agilidade a novos ambientes, tendências e oportunidades; têm o tempo a seu favor para aprender com os erros e recomeçar sempre que necessário; estão menos presos a compromissos, responsabilidades e dogmas que limitem suas opções de decisão; e contam com altos níveis de disposição, energia e paixão para empreender com alta performance.
Por estes e outros motivos, muitos investidores que no passado preferiam buscar por empreendedores e times experientes incorporaram em sua estratégia de atuação a seleção de jovens talentos capazes de construir as novas tendências do mercado. Não por acaso, muitos dos principais empreendedores da atualidade começaram seus negócios entre 20 e 30 anos de idade – incluindo os fundadores de algumas das maiores empresas dos dias de hoje, entre elas: Google, Apple, Microsoft, Facebook e Walmart. Ou seja, os jovens empreendedores representam um grande potencial e o mesmo se aplica no setor de energia solar fotovoltaica.
Greenpeace Brasil: O que esses jovens representam em relação ao futuro da geração solar e dos negócios ligados a esse setor, aqui no Brasil?
Rodrigo Sauaia: Jovens empreendedores trazem novas ideias e propostas de modelos de negócios inovadoras e audaciosas, capazes de gerar transformações positivas para seus clientes, parceiros e fornecedores. Além disso, a população jovem representa um dos principais potenciais de mercado para a energia solar fotovoltaica.
Pesquisas recentes, desenvolvidas por uma das principais consultorias internacionais e com a participação de mais de 10 mil entrevistados de 17 países diferentes, indicam uma grande disposição dos jovens adultos (entre 18 e 34 anos) em adotar novas tecnologias. Em especial, mais de 55% deles pretende instalar energia solar fotovoltaica em suas residências nos próximos cinco anos. Ou seja, as novas gerações já incorporam a energia solar fotovoltaica como um interesse pessoal e uma evolução natural da geração de eletricidade. Isso se refletirá diretamente nos negócios do setor elétrico.
Greenpeace Brasil: O que um concurso como o Desafio Solar agrega ao setor de energia?
Rodrigo Sauaia: Além de fomentar o desenvolvimento e a maturação de novas ideias e propostas de negócio em energia solar fotovoltaica, o grande diferencial do Desafio Solar é justamente o seu foco em modelos de negócios sociais. Esse tipo de negócio tem um potencial único de gerar não apenas valor econômico, mas principalmente transformação de vidas e comunidades, através da aplicação da energia solar fotovoltaica para solucionar problemas rotineiros e trazer mais qualidade de vida à população.
A sinergia entre a energia solar fotovoltaica e a transformação de vidas é muito grande. A tecnologia traz dentre seus principais benefícios a geração de novas oportunidades de emprego, o alívio econômico pela redução de custos à população e às empresas, a redução de emissões de gases de efeito estufa, o aumento da diversidade energética renovável e da segurança energética do país, entre outros.
Greenpeace Brasil