Torres eólicas mais altas, com menor custo de montagem e maior geração de energia. Essa é a proposta da Protende Sistemas e Métodos de Construções Ltda. O método de montagem de torres eólicas empregando strand-jacks, com utilização da união do nó de comportamento reverso otimiza a construção, com o aproveitamento de equipamentos – guindastes e strand jacks – cada um no seu campo ideal de utilização. A solução atende às normas técnicas brasileiras e internacionais e já está com patente requerida.
A técnica foi desenvolvida pela Protende em parceria com o professor e engenheiro da Escola Politécnica da USP, Péricles Brasiliense Fusco. Segundo o engenheiro da Protende, Minoru Onishi, essa tecnologia permite melhores condições para a geração da energia eólica, diminuindo as interferências do relevo. “Com esse modelo temos ventos com maior intensidade e aumento da área velica, aumentado assim, as forças de produção da energia com uma menor ocupação de metros quadrados do terreno do parque eólico”, explica. Fusco complementa que é necessário melhorar a tecnologia de construção de torres de energia eólica, já que a existente não é possível vencer a deficiência energética do país.
A energia eólica responde atualmente por aproximadamente 7% da matriz elétrica brasileira e a estimativa, considerando apenas os contratos que já estão assinados, sem contar novos leilões, chegue a, no mínimo, 10%.
As torres eólicas convencionais medem em média 90 metros de altura e gera 2 MW de energia. Com esse método para gerar energia da Usina de Itaipu, aproximadamente 14 mil GW, seriam necessárias sete mil torres eólicas.
As torres tradicionais são feitas de blocos pré-moldados fabricados em locais não muito distantes de onde ela deve ser montada. São como grandes tubos que precisam de uma acomodação complexa. A instalação dos blocos depende de um tipo de equipamento, como guindaste de grande porte, o que torna a montagem difícil, limitada e lenta. Deste modo, só é possível chegar a regiões de topografia de fácil acesso e, geralmente, longe das unidades consumidoras e das linhas de transmissão.
Já a torre com strand jack, inicialmente tem 120 de altura, mas podem ser mais altas. E gera aproximadamente 8 MW de energia. Essa torre também é construída em segmentos montados no chão, com elementos pré-fabricados e já utilizados nas convencionais, mas com um arranjo telescópico diferenciado que permite que a estrutura seja seu próprio guindaste.
Para a montagem até 60 ou 70 metros são utilizamos guindastes de médio ou porte, que são de fácil deslocamento. A operação, após esta altura, é executada com dispositivos de içamento, os chamados de strand- jacks. Assim, a própria torre permite a colocação ou remoção de equipamento no topo, facilitando a construção e a manutenção. As torres de todo o parque podem ser construídas simultaneamente, com custos 30% menores, do que com o emprego de tecnologias tradicionais.
O método permite a execução de parques eólicos em locais de difícil acesso aos guindastes de grande porte. Áreas que outrora eram inviáveis para produção de energia eólica podem a ser viabilizadas para essa exploração, ou seja, em regiões mais próximas dos centros consumidores com linhas de transmissão já existentes.
Segundo Onishi, o método não trata de novidades na área de construção já que a Protende tem obras com o mesmo princípio de içamento na construção de caixas d’agua. “Em meados de 2013, quando passamos a fornecer elementos estruturais aos projetos importados das torres eólicas, para as empresas do setor, vimos à necessidade de adaptar a construção das mesmas às nossas experiências no campo da construção civil, com objetivo de minimizar custos e problemas técnicos na construção das torres”, pontua.
A Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) foi procurada pelo Canal- Jornal da Bioenergia, mas afirmou que não tem como comentar sobre esse método de torre.
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As vantagens desse método de construção de torres:
• Mais acessível;
• Mais produtiva;
• Permite a construção de parques eólicos independentemente do relevo;
• Mais fácil manutenção.
Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia