Sem chuva pelo sexto ano seguindo, os canaviais nordestinos já estão morrendo. A previsão de frustração produtiva é de 30% em comparação à safra anterior. Há áreas onde a perda será de até 70%. A estiagem é maior nos estados de PE e AL – maiores produtores de cana da região. Diante do prejuízo e sem previsão de chuva, as lideranças do setor se mobilizam para reivindicar do governo federal políticas públicas emergenciais e ações estruturadores para evitar a repetição do cenário. Os presidentes das entidades canavieiras da Bahia ao Rio Grande Norte estão em Brasília e definirão hoje (15) uma pauta única de reivindicação durante a reunião da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida).
“Uma proposta de ação emergencial a ser defendida será o pagamento da subvenção da cana, mesmo diante da crise econômica do país, visto que a crise do produtor rural é ainda maior porque trata da subsistência”, fala Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida. Existe inclusive uma subvenção federal já sancionada e pendente de pagamento desde 2014. Na reunião de logo mais, a Unida decidirá se solicitará outra subvenção, ou buscará o apoio do governo e do Congresso Nacional para atualizar a validade da aplicação da subvenção não paga no respectivo período.
Entre as medidas de médio e longo prazo, os canavieiros reivindicarão a edição regional de um projeto hídrico para os canaviais. Um exemplo é o projeto “Águas do Norte”, de autoria do consultor do setor, Gregório Maranhão. Andrade Lima conta que este projeto tem como objetivo reter a água abundante da quadra chuvosa em pequenas propriedades através de micro barragens, utilizando-a durante o período mais seco. Com isso, garante a segurança hídrica necessária para a produção dos canavieiros e ainda evita que a água da chuva deságue no mar sem nenhuma função.
AFCP