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Setor sucroenergético é destaque na produção de energia limpa

O Centro-Oeste brasileiro é a região com mais fontes renováveis em sua matriz energética, ao todo são 58%. Este dado foi divulgado no relatório de “Matrizes Energéticas Estaduais, ano de referência 2015”, elaborado pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME).

De acordo com o relatório, o setor sucroalcooleiro foi o grande responsável pelo índice, ocupando 33% da matriz energética, seguido de lenha e outras bioenergias (15,9%) e da fonte hidráulica (9%). Para o diretor fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), professor Adriano Pires, o setor sucroalooleiro é de extrema importância para o país, sobretudo pelo seu caráter ambiental, ou seja, é uma fonte limpa.  “Portanto, o setor sucroenergético é imprescindível para se cumprir o compromisso de redução de emissão de gases de efeito estufa e outros gases poluentes, e para a definição de uma matriz energética mais sustentável”, pontua.

Para a região Centro-Oeste, segundo Pires, o bom desempenho do setor sucroalcooleiro é positivo para a geração de empregos sem competir com as demais culturas da região, além de agregar para o desenvolvimento econômico e social.

De acordo com Zilmar José de Souza, gerente de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) a biomassa é a terceira maior fonte de energia elétrica nacional. Souza pontua que os dois produtos – etanol e bioeletrecidade – da produção primária do setor sucroenergético são importantes para o sistema como um todo. Atualmente a bioeletrecidade, proveniente de biomassa, seja de cana ou qualquer outra matéria-prima representa 9% da capacidade instalada na matriz energética brasileira.

O etanol, por exemplo, é um combustível de grande importância na matriz energética mundial e o Brasil é um dos maiores produtores mundiais do biocombustível. “O setor sucroalcooleiro pode viabilizar o Brasil a seguir a tendência mundial, de compromisso com a agenda ambiental, e definir seu papel estratégico na matriz energética”, enfatiza Pires.

O setor também possibilita a geração térmica a bagaço, que às vezes é deixado de lado apesar da sua complementaridade com a geração hídrica no período seco, em especial quando o país vive na iminência de uma crise de abastecimento de energia elétrica.

Pires complementa que de acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2024, os inventários hidroelétricos já concluídos apontam nas bacias da região Centro-Oeste, além da região Norte, a viabilidade de projetos importantes.

Outras regiões

A região Sul ocupa o segundo lugar do ranking, nacional com 40,7%. Na sequência estão Sudeste (40,5%), Norte (38,7%) e Nordeste (36,5%). O documento do MME também abrange informações de energia das cinco regiões geográficas e dos 27 estados brasileiros, destacando as matrizes de produção primária, de comércio externo, de oferta interna, de emissões de dióxido de carbono, da indústria de energia, e do consumo final por setor econômico.

Em 2015, as fontes renováveis no Brasil totalizaram participação de 41,2% na matriz energética, indicador quase três vezes superior ao indicador mundial, de apenas 13,8%. Estes dados são do boletim “Energia no Mundo 2014-2015”, divulgado anualmente pela Secretária de Planejamento e Desenvolvimento do MME.

Ainda em 2015, o mundo emitiu de CO2 pelo uso de energia, 32.100 Mt, equivalentes a um indicador de 2,33 tCO2 por tep de energia consumida. No Brasil, o indicador de emissões ficou em apenas 1,55 tCO2/tep (66% do indicador mundial), em razão da maior presença de fontes renováveis na sua matriz energética.

Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia

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