Nos últimos anos, os canaviais têm mudado. A adoção de práticas sustentáveis como o fim da queima, rotação de cultura nas áreas de renovação e o plantio direto na palha passaram a fazer parte da rotina do setor.
Se para muitos, essas práticas são novidades, para outros, elas já foram incorporadas à gestão. É o caso da Usina Alta Mogiana, localizada em São Joaquim da Barra, SP, que há 25 anos realiza o plantio direto na palha, seja plantando soja na palhada da cana, ou plantando cana na palha da soja. “Muitas vezes, a colheita e o plantio são simultâneos, a máquina vai colhendo a soja e a outra vai plantando a cana”, conta um executivo da empresa.
Mas como é o desempenho da plantadora de cana em área de plantio direto? “É normal, não tem problema, plantamos com máquinas da DMB sem ser automatizada. O importante é que o solo esteja sem compactação, aí, a plantadora vai que é uma maravilha.” Para isso, o certo é subsolar antes de plantar a soja, mas não pode subsolar em solo muito seco, porque aí, vai formar torrões, que não serão quebrados com o plantio direto da cana, atrapalhando ou até impedindo o desenvolvimento da planta.
Ao adotar a prática do plantio direto, a Alta Mogiana está entre as empresas beneficiadas por esse sistema defendido pelo pesquisador Denizart Bolonhezi, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) em Ribeirão Preto (SP).
Há quase 20 anos, Denizart desenvolve um experimento de plantio direto da cana-de-açúcar na palha. Os resultados da pesquisa apontam que a adoção do sistema aumenta a produtividade em até 10 toneladas por hectare, e diminui os custos para o produtor, que elimina operações de preparo do solo (arações e gradagens) durante a reforma do canavial e reduz a quantidade de fertilizantes, pois a palha que é deixada na terra, fornece nutrientes. Além disso, o menor tráfego de máquinas no canavial, aumenta sua longevidade, pois a compactação é menor.
“Essa agricultura tem um alicerce embasado em três aspectos: O primeiro é o mínimo possível de distúrbio na superfície do solo, ou seja, o mínimo de revolvimento do solo, o que confere benefícios econômicos, agronômicos e ambientais; o segundo é a adoção da rotação de culturas, já que essa prática não exige a preparação do solo, mas se não for associada a rotação de culturas o produtor não irá obter sucesso. O terceiro aspecto é controle de trafego, se o rodado passar sempre no mesmo local da área de plantação os problemas de compactação do solo diminuem”, explica o Agrônomo da APTA.
O plantio direto da cana em áreas com Crotalária-juncea, por exemplo, é bastante comum no cultivo de cana orgânica, adotado por usinas como a São Francisco, em Sertãozinho, SP, e a Jalles Machado, em Goianésia, GO. A crotalária mantém o solo coberto e fixa o nitrogênio. Na hora do plantio da cana, em alguns casos, sulcam com a crotalária grande, depois entram com o trator e o plantio de torta de filtro, em outros, realizam o plantio da cana direto na crotalária.
No entanto, essa prática vem sendo adotada mesmo por empresas que não cultivam cana orgânica, o objetivo, muitas vezes, é reduzir a erosão nos solos arenosos. É o que acontece com o grupo Pedra Agroindustrial, que na região de Ribeirão Preto, em um certo período do ano, planta crotalária ou braquiária, desseca a área e utiliza a Plantadora de Cana Picada – PCP 6000 Automatizada, da DMB, para realizar o plantio georreferenciado. A plantadora de torta (Carreta Sulcadora e Distribuidora de Torta de Filtro) realiza a aplicação de torta de filtro e a PCP 6000 Automatizada faz o plantio dos toletes de cana em um solo com qualidade.
Para Denizart, a prática do plantio direto vai crescer muito no setor, pois, além de ganhos de produtividade, longevidade e redução de custos, o empresário está preocupado com a sustentabilidade por motivos de mercado porque ser sustentável traz um valor agregado, como facilidades em negociações financeiras nos bancos, e é muito importante atualmente a empresa estar enquadrada dentro da área de sustentabilidade.
Assessoria de imprensa da DMB