A Itaipu Binacional teve a maior produção diária de todos os tempos, no primeiro trimestre deste ano. A média foi de 284.496 megawatts-hora (MWh), ante os 281.664 MWh de geração diária em 2016, o segundo melhor resultado desde que a usina entrou em operação, há quase 33 anos (maio de 1984).
Mesmo com um dia a menos no calendário em relação a 2016, que foi um ano bissexto, e em condições hidrológicas menos favoráveis, a produção acumulada nos três primeiros meses de 2017 praticamente empatou com a do mesmo período do ano passado. Foram 25.604.769 MWh, apenas 0,1% inferior em relação ao recorde trimestral de 2016, que foi de 25.631.082 MWh.
Com a marca de 103 milhões de MWh em 2016, a Itaipu Binacional teve um ano histórico e voltou a ser a maior geradora de energia elétrica limpa e renovável do planeta. O volume superou em mais de 3 milhões de MWh o desafio estabelecido em 2012 pela diretoria da empresa. Foi a primeira vez que a hidrelétrica gerou mais de 100 milhões de MWh num ano, uma meta que continua mantida para os próximos anos.
Só o que Itaipu gerou de janeiro a março deste ano seria suficiente para atender uma cidade como Curitiba durante cinco anos e três meses. A produção de Itaipu no primeiro trimestre já a coloca em segundo lugar, hoje, quando comparada à produção anual entre todas as 4.500 plantas de geração elétrica do Brasil.
Otimização
Mais uma vez, a boa produção de Itaipu – considerada excepcional pelo setor energético-, ajudou a retardar a entrada da bandeira vermelha, que vigora quando o país, por questões hidrológicas, precisa acionar a produção das usinas térmicas, cuja matéria-prima é mais cara.
Para o novo diretor-geral brasileiro de Itaipu, Luiz Fernando Vianna, que assumiu o cargo no dia 23 de março e está acumulando também a Diretoria Técnica, o resultado operacional até agora é bastante satisfatório, porque a usina está sabendo otimizar a produção, mesmo numa situação hidrológica mais adversa que em anos anteriores.
Ele lembra que, embora estejamos no período úmido do ano (em que normalmente há mais chuvas sobre a Bacia do Rio Paraná), a Itaipu não teve nenhum vertimento no período. Isso significa que estamos num ano mais seco que 2016, o que obriga Itaipu a utilizar, com mais eficiência, toda a água que chega ao reservatório para a geração de energia. Para garantir a produção no nível mais elevado possível em 2017, com a adversidade de afluências prevista, Vianna diz que será preciso manter “uma estratégia aprimorada de operação e manutenção”.
Dança das águas
A usina de Itaipu vem mantendo, nos últimos anos, o aproveitamento total da matéria-prima para a produção de energia (a água), com mais flexibilização das manutenções. É a chamada “dança das águas”, que permite preparar o reservatório para acumular mais água quando há previsão de chuvas a montante da usina e deixar todas as unidades geradoras prontas para serem acionadas a qualquer tempo.
Produtividade
No primeiro trimestre, o Fator de Capacidade Operativa, que mede a eficiência na utilização das águas, foi de 100% em Itaipu. Isso é resultado de um trabalho de coordenação muito complexo, uma vez que depende da performance das diversas áreas da Diretoria Técnica da usina, como engenharia, obras/montagens, manutenção e operação, assim como da parceria contínua entre a Itaipu e empresas envolvidas em sua cadeia produtiva, como a Eletrobras, a paraguaia Ande, o Operador Nacional do Sistema, a Copel e Furnas.
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