Com encontro previsto entre Lula e representantes da entidade, setor levará propostas de inclusão da fonte fotovoltaica como ferramenta estratégica para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do País
Segundo a associação, desde 2012, a fonte evitou a emissão de 29,9 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade, além de economizar água nos reservatórios das hidrelétricas
Presentes na Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), no Egito, que acontece até o9 dia 18 deste mês, representantes da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) devem se encontrar com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para apresentar uma série de propostas para a inclusão da fonte solar como ferramenta estratégica para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do País.
Um dos temas a serem levados ao novo chefe do executivo é a ampliação do prazo para o cumprimento das regras previstas na Lei 14.300/2022, que criou o marco legal da geração própria de energia renovável. A justificativa é o descumprimento, por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e das concessionárias e permissionárias de distribuição de energia elétrica com contratos de concessão no Brasil, de regras e prazos estabelecidas na lei, o que tem acarretado inúmeros atrasos e dificuldades para os consumidores brasileiros.
A entidade apresentará ainda iniciativas para reduzir a conta de luz de todos os brasileiros e, ao mesmo tempo, acelerar a transição energética sustentável a partir de tecnologias limpas, renováveis e competitivas, em linha com compromissos internacionais assumidos no combate climático.
Outros temas estratégicos para a modernização do setor elétrico defendidos pela entidade incluem o armazenamento energético por baterias, os sistemas híbridos de geração renovável, hidrogênio verde e implantação e estímulo ao mercado para a venda de crédito de carbono brasileiro.
A ABSOLAR integra o pavilhão das fontes renováveis, o Wind and Solar Pavilion, iniciativa do Conselho Global de Energia Solar (GSC) e do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC), e contará com três representantes na COP 27: Bárbara Rubim, vice-presidente de geração distribuída, Rodrigo Pedroso, conselheiro, e Daniel Sobrinho, coordenador estadual no Pará. Os executivos participam de diversos painéis e palestras organizadas por entidades como o GSC, o Ministério de Meio Ambiente, a Apex-Brasil, o Sebrae, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Aliança Solar Internacional (ASI) e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
Benefícios e indicadores da energia solar no Brasil
A fonte solar fotovoltaica, incluindo usinas de grande porte e sistemas de menor porte em edifícios e terrenos, já evitou a emissão de 29,9 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade no Brasil, desde 2012. O setor possui atualmente 21 gigawatts de potência instalada e já trouxe ao País mais de R$ 108,6 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 28,7 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 630 mil empregos acumulados.
Entre os diversos benefícios ambientais da fonte solar ao País, que hoje representa 10,5 % da matriz elétrica do País, destacam-se, ainda, a economia de água nos reservatórios das hidrelétricas e a redução do uso de termelétricas fósseis, mais caras e poluentes, para a geração de eletricidade, aliviando custos aos consumidores brasileiros. Adicionalmente, a operação dos sistemas solares é silenciosa e limpa, não emitindo ruídos nem poluentes atmosféricos ou efluentes líquidos ou sólidos durante seu funcionamento.
Ao final da vida útil de mais de 25 anos, os equipamentos solares também possuem alto índice de reciclagem, a exemplo dos módulos fotovoltaicos, principal componente dos sistemas. Segundo estudo da PV Cycle, entidade independente responsável pela reciclagem de equipamentos fotovoltaicos no setor, até 96% dos módulos fotovoltaicos pode ser recuperado e reaproveitado em novas atividades produtivas. Para latinhas de alumínio, este índice é de 97%.
Outra vantagem está na possibilidade de instalação de sistemas solares flutuantes, em espelhos d’água, que ajudam a reduzir em cerca de 70% a evaporação hídrica, segundo estudos internacionais.
Por ter um dos melhores recursos solares do mundo, o Brasil também sai na frente na produtividade dos sistemas solares. Um gerador fotovoltaico instalado no território nacional produzirá, em média, 17 vezes mais energia durante sua operação do que aquela usada para produzi-lo. Ou seja, em menos de 1,5 ano de funcionamento, a energia gerada pelo sistema solar, compensa toda a eletricidade consumida no seu processo de fabricação, um grande superávit energético. (Assessoria)