Brasil e Noruega assinaram no início do mês, durante o CCS Tech Summit 2024, um memorando de entendimento entre a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Innovation Norway, órgão do governo norueguês para fomento desenvolvimento de parcerias internacionais e negócios, para o desenvolvimento de projetos, soluções inovadoras, pesquisa e formas de financiamento para a captura e o armazenamento de carbono (CCS). O CCS Tech Summit aconteceu no Rio de Janeiro e foi promovido pela CCS Brasil em parceria com a Interlink Exhibitions.
Nathalia Weber, diretora da CCS Brasil, associação de estímulo à Captura e o Armazenamento de Carbono e responsável por promover o CCS Tech Summit, ressalta que a assinatura do acordo é muito positiva, já que prevê uma contribuição mútua com a Noruega no sentido de desenvolver capacidades e tecnologias para o setor. “Ele ajuda a colocar o Brasil na busca por esse posicionamento de protagonismo no desenvolvimento de soluções de descarbonização, inclusive com o estímulo à ciência e inovação nas universidades brasileiras”, explica ela, detalhando que entre os pontos previstos está a previsão de um estudo para o mapeamento de hubs para o CCS no país.
Nathalia ainda lembra que a Noruega é um país pioneiro no segmento, com a existência de projetos de armazenamento geológico de CO2 dedicado desde a década de 1990, e com diversas soluções dedicadas à área como o projeto Longship, projeto do governo norueguês para a construção de uma infraestrutura completa de captura, transporte e armazenamento de CO2 no país.
O diretor da Innovation Norway, Thomas Conrad Granli, descreveu a assinatura do memorando como um marco significativo na colaboração entre os países para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. “Esse memorando é mais do que um acordo formal, é uma promessa de colaboração contínua, pois acreditamos que a colaboração e a inovação são as chaves para avançarmos na transição energética e na mitigação de mudanças climáticas. O aprimoramento tecnológico e nosso compromisso com uma economia de baixo carbono tem viabilizado o maior projeto de estocagem de carbono no mundo. Esperamos compartilhar nosso conhecimento e experiência, aprendendo as perspectivas brasileiras”, declarou Conrad.
A diretora de petróleo, gás e biocombustíveis da EPE, Heloísa Borges, destacou a complexidade do equilíbrio entre diferentes componentes das políticas públicas em relação às emissões de carbono no Brasil. “A jornada rumo à neutralidade de carbono exige compensar ou evitar uma quantidade significativa de emissões. Começamos a mapear a relevância de cada área do território nacional e a relevância da tecnologia em cada região para direcionar estratégias mais eficientes. Precisamos construir redes de colaboração que permitam a inovação e permitam identificar novas fontes de oportunidades. Para encontrarmos soluções, a colaboração é fundamental”, afirmou Heloísa, ressaltando que o Brasil reforça seu interesse em alcançar a neutralidade climática até 2050. Divulgação