Técnicas de agricultura de precisão (AP) são utilizadas em cerca de nove milhões de hectares no Brasil, diz José P. Molin, professor do laboratório de Agricultura de Precisão da Esalq/USP e presidente da Associação Brasileira de Agricultura de Precisão (AsbraAP), entidade que organiza até quinta-feira (04), o Congresso Brasileiro de Agricultura de Precisão (ConBAP 2018), em Curitiba (PR). “Estimo que aproximadamente 15% dos produtores rurais brasileiros adotam alguma prática de agricultura de precisão.”
A verdade é que a expressão “agricultura de precisão” perdeu espaço nos últimos anos para “agricultura digital”, mas Molin explica que se tratam, inicialmente, de áreas distintas, embora apresentem cada vez mais diversos pontos de intersecção, sendo, portanto, complementares.
O especialista explica que a AP tem como princípio dois pilares: atuar sobre a variabilidade espacial das lavouras por meio da análise de amostragem do solo para aplicação georreferenciada de insumos [fertilizantes, defensivos, etc], e a tecnologia embarcada para automação de máquinas agrícolas, como, por exemplo, piloto automático guiado por GPS.
Por outro lado, ressalta Molin, a agricultura digital, ou seja, a utilização da Tecnologia da Informação (TI), sejam dispositivos e softwares, no agronegócio é algo mais amplo. “Envolve aplicações destinadas à genética, meteorologia, logística, gestão em si do negócio rural, etc.”
De acordo com o especialista, a AP tem um potencial enorme de crescimento no Brasil. “A grande maioria dos produtores ainda decide pela média das análises de solo, por exemplo.” Molin acentua que a AP que precisa ser perseguida é a da análise cada vez mais específica, metro a metro dentro de um mesmo talhão. Uagro