A água da chuva pode ser captada e armazenada corretamente pode suprir a necessidade de vários setores do agronegócio, podendo ser aproveitada para a irrigação de plantações. Esse sistema permite aumento da produtividade, reduz a sazonalidade da oferta de alimentos no decorrer do ano e permite a produção de alimentos onde a falta de chuvas é um fator limitante.
Marco Viana, do Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-Açúcar (GIFC), complementa que a irrigação é fundamental para o plantio da cana. “O manejo da água é fundamental. Um estudo realizado por profissionais especializados permite fazer um balanço dos recursos hídricos da região, do regime pluviométrico, da quantidade de água armazenada nos solos e a concessão de outorgas para o uso de água de rios, sempre considerando o conceito de sustentabilidade e de respeito ao meio ambiente e à legislação”, explica.
Uma opção sustentável é o armazenamento das chuvas. Apesar de ser limpa e destilada, isto é, não ter sais minerais, ao entrar em contato com a poluição e com a área de captação, ela se contamina com impurezas.
Para fazer o reuso da água é importante tratá-la. A Sergam – Tratamento da Água faz a sua captação e a deixa em condições para uso para ser utilizada além da climatização, na lavagem da frota de veículos e caminhões, em irrigações de áreas verdes, lavatórios e descargas de bacias sanitárias, bem como na limpeza de pátios e áreas de serviços.
Funcionamento
A operação é simples. A água é coletada normalmente dos telhados. Nesse contato ela pode adquirir vírus e bactérias por causa das fezes das aves, roedores e outros animais em decomposição e, devido à poluição, o seu pH é alterado, tornando-se uma água ácida.
Se não houver o tratamento adequado, os vírus e as bactérias se proliferam, tornando a água verde e mal cheirosa. “Não se pode jogar essa água direto em um tanque. Alguém que irá manipulá-la poderá contrair doenças como diarreia, leptospirose, hepatite A, cólera e outras”, explica o Diretor de Negócios Corporativos da Sergam, Sergio Gama.
A água coletada do telhado é armazenada em uma represa. Sergio explica que o tamanho do reservatório deve considerar o índice pluviométrico da região nos últimos cinco anos e a finalidade da água.
O diretor afirma que o reuso da água da chuva é bem mais barato que o tradicional poço. “As plantas precisam de água continuadamente, um poço gera custo para ser aberto e há gasto de energia elétrica com a bomba. Além disso, a cada dois anos é preciso trocar o equipamento”, explica. Em números, o metro cúbico de água de uma cisterna sai por mais de R$ 1 real. Já o da água de chuva é até dez vezes mais barata.
Etapas do tratamento
Após a água ir do telhado para o tanque inicia- se o Sistema Natural Para Tratamento e Reuso da Água Pluvial (PLUV CLEAN-NS-HS), que tem duração de no máximo um minuto.
A primeira fase é o pré-filtro auto-limpante. Ele retém os sólidos acima de cinco milímetros. Quando há a ocorrência de chuvas torrenciais, entra em funcionamento o sistema de “ladrão,” para extravasar o excedente.
Em seguida, tem início a micro filtragem e o sistema de desinfecção da água. A Sergam utiliza o cloro estabilizado, que controla o odor, a remoção de ferro, manganês, cor, compostos nitrogenados, sulfeto de hidrogênio, manutenção da qualidade microbiológica, prevenção de crescimento de algas, limo e de doenças de veiculação hídrica. E a água já está pronta para o reuso.
Para a Sergam, o sistema acrescentou várias inovações tecnológicas em relação aos sistemas químicos tradicionais, proporcionando eficiência e qualidade com baixo custo de operação e manutenção. “A água é fonte e origem de continuidade da vida”, finaliza o diretor técnico.
Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia