Levante a mão quem nunca se assustou com o valor cobrado na conta de energia. E esse é um dos gastos que provoca mais preocupação entre os brasileiros. Segundo estudo divulgado pelo Instituto Pólis, em parceria com a IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), a conta de luz é o item que mais impacta o orçamento para 49% das famílias brasileiras, sendo equivalente ao gasto com a alimentação. E mais: para conseguir pagar esse débito, 35% dos entrevistados afirmaram que precisaram reduzir gastos com itens básicos, como arroz e feijão, ou demais itens de consumo: como roupas e eletrodomésticos. E a perspectiva não é animadora: segundo projeção da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), divulgada em janeiro, ao longo desse ano, o valor médio da tarifa de energia elétrica deverá ter alta de 5,6%.
Diante desse cenário, as fontes de energia renováveis se tornam opção que contribuem para um estilo de vida ambientalmente mais verde e financeiramente compensador. E, como a energia solar é a segunda fonte energética mais utilizada no Brasil, depois da hídrica, de acordo com a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar), a evolução dessa fonte energética, ou seja, o armazenamento de energia solar, torna-se uma opção atrativa ao consumidor brasileiro.
A possibilidade de ir além do sistema fotovoltaico tradicional é uma realidade presente em vários países do mundo: este sistema já está bastante avançado, por exemplo, nos EUA e Europa, onde grande parte das residências que fazem novas instalações de sistemas fotovoltaicos já contam com sistema de armazenamento. Segundo levantamento conjunto da Associação das Indústria de Energia Solar (Seia, na sigla em inglês) e da consultoria Wood Mackenzie, em 2023, o armazenamento de energia nos EUA respondeu por 13% das instalações residenciais e 5% das demais. E, em 2024, a expectativa é de que 25% dos sistemas residenciais possuam baterias.
E, agora, esse sistema de armazenamento de energia solar começa a ganhar espaço no Brasil. Por meio de um inversor híbrido conectado a uma bateria, é possível não apenas produzir energia solar, como ocorre no sistema tradicional, mas também armazenar a energia solar excedente para ser utilizada em outros momentos, como no período noturno ou chuvosos, quando não há incidência de raios solares.
“O principal diferencial desse sistema é que esta energia excedente não é injetada na rede da concessionária, como no sistema fotovoltaico sem armazenamento. Com as baterias, essa energia fica à disposição do consumidor, que não dependerá da concessionária no caso de apagões, por exemplo, já que poderá utilizar essa energia armazenada. Ou seja, economia na conta de energia, independência energética e uso de uma fonte de energia limpa, que não agride o meio ambiente”, explica o diretor-executivo da SolaX Power no Brasil, Gilberto Camargos.
É muito caro ter o sistema de armazenamento?
O sistema de armazenamento de energia solar tem ficado mais acessível em virtude da queda dos preços dos equipamentos. Só no último ano, a redução no valor do sistema de armazenamento solar completo foi, em média, de 50%, aponta o diretor-executivo da multinacional.
O que contribuiu para esse cenário foi a queda no preço dos módulos em quase 50%. Vale ressaltar que os módulos compõem quase 70% do sistema de armazenamento. Além disso, a redução no valor das baterias também impulsionou essa queda no sistema de armazenamento. As baterias de lítio, que são as tradicionalmente utilizadas no sistema fotovoltaico, tiveram uma redução de 97% em quase 30 anos, segundo estudo da Our World in Data e, apenas entre 2022 e 2023, essa queda no preço das baterias foi de 14%, segundo a Bloomberg NEF.
“Esse cenário tornou mais acessível o valor dos sistemas de armazenamento com inversores híbridos, os quais, hoje, são equivalentes ao que era pago pelo sistema tradicional de energia solar há três anos”, pontua o executivo. Divulgação