Por Diego Cavalcanti *
Recentemente recebemos a notícia de que a conta de luz subiu com reajuste acima de 20% na bandeira vermelha. Esse aumento acontece por conta dos baixos níveis dos reservatórios de água, o que leva as usinas térmicas a serem acionadas e isso afeta o consumidor através da bandeira tarifária cobrada a partir da conta de energia. Desde junho já está valendo a bandeira vermelha nível 2, a mais cara de todas.
Retomando de maneira rápida a questão das bandeiras: verde indica condições favoráveis à geração de energia elétrica e essa tarifa não sofre acréscimo; amarela indica condições de geração de energia elétrica menos favoráveis e há um valor de acréscimo para cada kWh consumido; e a vermelha é subdividida em duas: patamar 1 quando as condições de geração de energia elétrica estão ruins e o aumento por kWh consumido é de R$ 0,04169 e patamar 2, em que os custos de geração são ainda piores, e o valor sobe R$ 0,06243 para cada kWh consumido.
Apesar desse impacto ao nosso bolso, muita gente não conhece a tarifa branca, criada há quase cinco anos como uma oportunidade para reduzir os custos com energia. Essa modalidade faz o consumidor ter a possibilidade de pagar valores diferentes em função da hora e do dia da semana – anteriormente só existia a Convencional, cujo valor era único (R$/kWh), cobrado pela energia consumida e é igual todos os dias, independentemente do horário.
Com o objetivo de incentivar os consumidores a modificarem o perfil de consumo de energia para os períodos em que a capacidade do sistema está ociosa, a tarifa branca é uma forma de gerar redução de custos com energia ao consumidor – o bolso agradece!
De segunda a sexta-feira, o valor da tarifa oscila conforme a área de concessão, em três faixas de horário. “Fora de ponta” é o período com menor demanda de energia, geralmente entre 23h e 17h; a Intermediária em geral acontece uma hora antes e uma hora depois da hora ponta; e a Ponta é quando a demanda com energia é maior.
Na Ponta e no Intermediário, a energia tem o custo mais caro, com taxas maiores do que as praticadas na tarifa comum. Assim, a tarifa Fora Ponta se torna automaticamente mais barata. Além disso, em feriados e finais de semana a tarifa permanece com o valor Fora Ponta.
Mas é preciso cautela. Quando a modalidade de tarifa é alterada, os valores a serem pagos na Hora Ponta e Intermediária são muito maiores se comparados aos valores pagos na tarifa Convencional, o que cria a necessidade de um controle apurado do consumo de energia em tempo real – inclusive existem apps que ajudam a monitorar isso.
Ficam valendo as triviais dicas de consumo consciente de energia: evitar o desperdício e, se possível, monitorar os gastos da sua casa e/ou empresa.
Diego Cavalcanti é engenheiro ambiental formado pelo Centro Universitário de Belo Horizonte, com certificação da ISSO 50001 (gestão de energia) e ISSO 14001 (sistema de gestão ambiental), com ampla experiência no mercado, atual diretor de Gestão & Inteligência do Grupo Luminae – [email protected]