Estabilidade nos preços e na oferta de biodiesel, capacidade de produção e garantia de matéria-prima. Estes foram alguns pontos abordados nesta terça-feira (18/09), durante a 7ª Reunião do Comitê de Monitoramento do Abastecimento de Biodiesel, realizada no Ministério de Minas e Energia (MME), em Brasília.
Com sucessivas safras recordes de soja, o Brasil deve exportar 78 milhões de toneladas do grão em 2018. De acordo com representantes do setor, o aumento da demanda externa pelo farelo de soja e da mistura nacional de biodiesel – que este ano passou de 8% para 10% – vem garantindo um mercado firme.
Além disso, após a greve dos caminhoneiros em decorrência dos sucessivos aumentos no preço do diesel, o que gerou um desabastecimento no final do primeiro semestre, ficou clara a necessidade de reduzir a dependência de diesel.
“O biodiesel é comercializado em leilões públicos bimestrais, o que garante estabilidade de preços por pelo menos 60 dias, além de transparência, já que os resultados são públicos”, explica o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski.
Outro ponto que foi destacado na reunião foram as entregas dos volumes de biodiesel arrematados nos leilões, que, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, vem sendo cumpridas pelos produtores sem qualquer problema.
Audiência sobre B15
O diretor superintendente da Ubrabio também agradeceu ao ministro Moreira Franco e à equipe do MME pela iniciativa de chamar a cadeia produtiva e a sociedade para definir o cronograma do aumento da mistura de biodiesel no diesel até 15% (B15), conforme previsto na Lei 13.263/2016.
De acordo com a legislação, cabe ao Conselho Nacional de Política Energética elevar o percentual de mistura obrigatória até B15. Mas a norma não estabelece um cronograma. Diante da necessidade de ampliar o uso de biocombustíveis no país, o MME vai promover, no próximo dia 21, uma audiência pública para definir prazos para essa evolução.
“Estamos diante de uma janela de oportunidade para o biodiesel. O Brasil conta com uma vocação inigualável para a produção de biocombustíveis que precisa ser aproveitada. Quanto maior for o uso de combustíveis renováveis, maior também será o prazo para a introdução de novas tecnologias, como a eletrificação, que vão demandar toda uma reformulação da nossa infraestrutura”, conclui Tokarski. Ubrabio