BNDES capta com o NDB US$ 156 mi de um total de US$ 300 mi para energia renovável

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) captou US$ 156 milhões junto ao New Development Bank (NDB) para apoiar investimentos em geração de energia renovável no Brasil.
A captação conclui o repasse de US$ 300 milhões previsto no acordo firmado entre as duas instituições em abril de 2017 com essa finalidade. As outras duas parcelas foram liberadas em abril e junho deste ano, nos valores de, respectivamente, US$ 67,3 milhões e US$ 75,8 mi.

Esta última tranche, maior liberação já realizada pelo chamado Banco dos Brics, destina-se a dois projetos, apoiados também com recursos do BNDES: o complexo eólico de Campo Largo I e o complexo solar de Pirapora I.

Para Campo Largo I, o BNDES e o NBD liberaram US$ 95 milhões cada, perfazendo o valor total de US$ 190 milhões. Com relação ao complexo solar de Pirapora I, o BNDES liberou US$ 102 milhões enquanto o NDB apoiou com US$ 61 milhões, totalizando US$ 163 milhões.

Os 11 parques eólicos do complexo de Campo Largo I abrangidos por este financiamento localizam-se nos municípios de Sento Sé e Umburanas, na Bahia. Já os investimentos do complexo solar de Pirapora que serão beneficiados pelo apoio do BNDES e do NDB estão localizados em Minas Gerais.

Campo Largo O projeto do complexo eólico de Campo Largo I compreende a implementação de 11 parques eólicos, com capacidade total instalada de 326,7 megawatts, e da respectiva linha de transmissão. Entre os parques que formam o complexo, seis foram vencedores do 20º Leilão de Energia Nova e outros cinco foram desenvolvidos para o mercado livre. Cada um dos parques possui 11 turbinas eólicas, num total de 121 turbinas, cujas estimativas preveem a redução da emissão de 102.300 toneladas de CO2 por ano e a criação 2.400 empregos diretos e indiretos.

O complexo eólico de Campo Largo I pertence ao Grupo Engie. A Engie Brasil Energia (holding do grupo no Brasil) é um dos principais players de geração de energia elétrica no Brasil, com foco em energias renováveis e capacidade total instalada de 7,8 gigawatts, com 35 plantas em operação (14 eólicas, 2 solares, 3 de biomassa, 13 hidrelétricas e 3 térmicas). O Grupo Engie possui cerca de 1.100 empregados no Brasil.

Pirapora O desembolso de R$ US$ 61 milhões feito pelo NDB para o Complexo de Pirapora I é destinado à instalação de quatro plantas solares, no município de Pirapora (MG). Os recursos também se destinam ao financiamento da respectiva linha de transmissão.  As quatro plantas são compostas por 475.800 painéis solares, com o total de 120 megawatts de potência instalada. A estimativa é que as plantas reduzam a emissão de CO2 em 21.172 toneladas por ano e criem 1.105 empregos diretos e indiretos.

O Complexo de Pirapora é controlado pela Pirapora Holding S.A, cujos acionistas são EDF EM do Brasil Participações Ltda (pertencente a EDF Energies Nouvelles S.A.), com 80% do capital, e a Canadian Solar UK Projects Ltd. (pertenecente a Canadian Solar Inc), com 20% do capital. A EDF Energies Nouvelles é uma subsidiária da Electricité de France S.A, a maior distribuidora de energia da França e a maior geradora da Europa. No Brasil, a EDF EM se dedica a desenvolver, construir e operar grandes projetos de energia renovável, possuindo os complexos eólicos Ventos da Bahia Fase 1 e Fase 2, o Complexo Solar de Pirapora entre outros projetos considerados de baixa emissão de carbono. A outra sócia, Canadian Solar Inc é uma das três maiores companhias de energia solar do mundo, com experiência em desenvolvimento, projeto e construção. Em 2016, a empresa inaugurou a primeira fábrica de módulos fotovoltaicos do Brasil, em Sorocaba (SP), voltada para o fornecimento dos painéis do Complexo Solar de Pirapora.

NDB O NDB é um banco de desenvolvimento multilateral criado em 2014 durante a sexta Cúpula Anual dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Seu objetivo é promover maior cooperação no financiamento e desenvolvimento de projetos nos cinco países parceiros e em outros países em desenvolvimento, complementando as fontes de recursos multilaterais, regionais e nacionais, especialmente para investimentos em infraestrutura e desenvolvimento sustentável.

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