Divulgação MME

Bons ventos: energia eólica projeta crescer 250% em quatro anos

Um setor que movimenta anualmente em torno de R$ 12 bilhões a R$ 18 bilhões e trabalha com expectativa, até 2019, de crescimento de 250% e geração de 200 mil novos postos de trabalho. Os números pertencem ao setor deenergia eólica no Brasil e animam investimentos que, no próximo quadriênio, deverão somar R$ 66 bilhões, já garantidos em contrato, somente para essa fonte de energia.

Ventos a favor sopram sobre os negócios da energia eólica no País, com novos parques inaugurados, desde 1998, totalizando 285, este ano. O boom na implantação dessa fonte alternativa de geração está situado no período dos últimos três anos, quando, em 2012, surgiram 40 novos complexos, que representou o dobro do ano anterior. O pico das edificações desses parques aconteceu no ano passado, quando 96 novos parques foram inaugurados e, este ano, os registros dão conta de 46 já foram abertos à exploração. A concentração da produção de energia eólica se dá nos estados do Nordeste brasileiro e no Estado do Rio Grande do Sul.

De acordo com dados fornecidos pela Associação Brasileira de Energia Eólica – ABEEólica, a cada MW instalado, a atividade atrai investimentos da ordem de R$ 6 milhões e cria 15 novos empregos – apenas no ano passado a repercussão sobre a força de trabalho foi a contratação de 40 mil trabalhadores que ingressaram nesse mercado. Atualmente detém capacidades: instalada de 7,18 GW e de construção de 10,98 GW.

Vale lembrar que o percentual da energia eólica na matriz elétrica brasileira corresponde ainda a 5%, mas pela direção e velocidade dos ventos que impulsionam os projetos no setor, essa participação deverá dobrar, ao se situar em 10% nos próximos cinco anos.

Além do benefício social de ampliação do emprego, a energia eólica no seu conjunto reproduz outro importante benefício, o menor impacto ambiental com redução de CO2 estimada em 12,7 milhões de toneladas/ano. Sem contar o efeito sobre a economia a partir da utilização desse recurso energético em substituição a outras fontes que, só em 2014, somou R$ 5 bilhões.

Força na transmissão

Élbia Ganon, presidente da ABEEólica, afirma que no passado uma das dúvidas que pairava sobre a evolução da fonte eólica no País era sobre a capacidade de transmissão. Ou seja, a providência de linhas para fazer a energia chegar até o consumidor. Porém, segundo ela, hoje essa aresta foi aparada, já que mudanças na regulamentação amparam a questão, porque nos leilões públicos a transmissão é ofertada antecipadamente, num estágio anterior ao da construção do parque eólico.

Outro caminho que a energia produzida pelo vento teve que trilhar foi o da confiança de que seria segura para atender o ritmo e a pontualidade da demanda. “Hoje a eólica já deu provas de que faz jus ao quesito segurança”, atesta Ganon, porque tem o reconhecimento das autoridades do setor de energia.

Capacitação tecnológica

O desenvolvimento da fonte eólica é ainda latente, de acordo com a presidente da ABEEólica, o que abriga no setor possibilidade de inovação bastante expressiva. “Mas temos fabricantes no Brasil – em sua maioria empresas pertencentes a grupos transnacionais que contemplam a contento a necessidade de tecnologias para o avanço da eólica em nosso território. E igualmente as parcerias entre os setores público e privado, tal como já ocorre em hidrelétricas, também são vistas como uma prática no segmento da eólica, de acordo com Ganon.

Apesar da expressão da fonte eólica se situar nos estados do Nordeste e no Sul do País, mais representativamente no Rio Grande do Sul, ao agregar novas tecnologias e processos, com torres mais altas e mais potentes, outras regiões também despontam com oportunidade. A dirigente da entidade que representa o setor antecipa que há perspectivas favoráveis em estados do Sudeste como Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Na Pollutec

Pela primeira vez, o Brasil terá um espaço de referência para apresentar tecnologias ambientais para contribuir com os avanços de indústrias que atuam neste segmento. A Pollutec (Feira Internacional de Tecnologias e Soluções Ambientais) traz ao Brasil um conceito internacional de programa capaz de unir os setores público e privado para promover discussão e relacionamento em prol de melhores condições de vida.

“Com mais de 40 anos de realização e sólidos resultados em diferentes países como França, Marrocos e Argélia, trouxemos a Pollutec para o Brasil, em um momento que o Brasil precisa investir e tratar seu maior bem: os recursos naturais” explica Paulo Octavio Pereira de Almeida, vice-presidente da Reed Exhibitions Alcantara Machado, organizadora do evento. Reed Exhibitions Alcantara Machado

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