Com potencial para produzir etanol e açúcar, uma variedade específica desenvolvida pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) também pode ser usada na pecuária, ajudando grandes, médios e pequenos produtores a reduzir custos com alimentação de seus rebanhos bovinos em períodos de escassez de pasto.
Para o diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, a espécie forrageira, tecnicamente chamada de IAC SP93-3046, simboliza a versatilidade da cana e a excelência das pesquisas científicas em andamento no setor sucroenergético brasileiro.
“Instituições como o IAC e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) são referências mundiais em inovações tecnológicas na área agrícola. Pode-se dizer que somos o único país do mundo capaz de diversificar tão bem a utilização da cana. E a prova disso é a adoção desta espécie por produtores canavieiros e criadores de gado”, avalia o executivo.
De acordo com o pesquisador do IAC, Marcos Guimarães de Andrade Landell, a SP93-3046 tem sido utilizada principalmente em regiões de maior altitude. “É uma variedade muito rica, e que nessas condições apresenta elevada produtividade graças ao extraordinário número de seus colmos. A principal característica desta variedade é a manutenção da qualidade ao longo de muitos cortes”, informa o especialista da instituição ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA).
A espécie forrageira foi desenvolvida e validada em ampla rede experimental desde a década passada que se estendeu pelos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Mato Grosso, Tocantins e Bahia. “A SP93-3046 é fruto de uma ação que se iniciou em 1993, quando se realizou a hibridação envolvendo a versão SP79-1011. Portanto, ela é filha de uma importante variedade cultivada no passado e que ajudou o Brasil na sua expansão canavieira nos últimos dez anos”, explica Marcos Landell. Unica