Centro-Sul deve processar 58 4,3 mi ton na safra 2017/18

Fatores baixistas à produtividade da Cana-de-Açúcar no Centro-Sul motivaram a consultoria INTL FCStone a reduzir sua projeção para 74,7 t/ha na safra 2017/18 (contra 75,2 t/ha estimados anteriormente). O novo cálculo representa uma retração de 2,5% na produção, se comparada ao ciclo 2016/17.

Como reflexo do cenário mais pessimista, o grupo diminuiu também sua expectativa sobre a moagem total de cana. A redução foi de 3,7 milhões de toneladas, indo de 588 milhões para 584,3 milhões de toneladas. O novo número, portanto, representa uma retração de 3,8% ante à safra 2016/17.

Um dos fatores apresentados pelo grupo foi o período excepcionalmente seco ao longo de junho e julho, decisivo na percepção mais pessimista sobre o rendimento das lavouras. “Nesses dois meses, o Centro-Sul brasileiro registrou um nível de precipitação 71% menor que em 2016, acumulando apenas 24 mm. Em relação à média histórica dos últimos dez anos, de 77,4 mm, o volume observado foi 69% menor”, escreveu a INTL FCStone, em relatório.

Outro fator foram as geadas que atingiram importantes áreas produtoras ao longo dos meses de junho e julho, quando temperaturas próximas das mínimas históricas foram registradas em muitas praças canavieiras. O estado mais afetado por estas geadas foi o Mato Grosso do Sul, mas importantes áreas em São Paulo e no Paraná também foram atingidas.

Em contrapartida à redução da produtividade agrícola, o ATR (Açúcar Total Recuperável) médio foi elevado em 0,4%. “Agora espera-se 134,9 kg de açúcares totais recuperáveis por tonelada de cana, valor 1,4% maior que a safra anterior. O principal fator puxando este aumento foi exatamente o clima seco durante os últimos meses, que afetou negativamente a produtividade agrícola, mas foi benéfico para a concentração de açúcares na cana”, analisou.

Em relação aos produtos da cana, a tendência para os próximos meses é de que o mix fique mais alcooleiro, já que a venda de etanol está mais vantajosa em grande parte das regiões produtoras do Centro-Sul.

De acordo com cálculos da INTL FCStone, o mix açucareiro ficou estável em 47,3%. Pelo lado do etanol, a maior liquidez oferecida pelo mercado de hidratado deve levar as usinas a focarem mais nesta variedade nos próximos meses. Com isso, o grupo aumentou em 0,3% sua expectativa de produção para 13,5 milhões de m³, valor que ainda assim está 10% abaixo da safra passada. Para o anidro, ainda que a previsão do grupo indique um recuo de 1% frente à estimativa de maio, a produção de 10,8 milhões de m³ deve ficar 1,2% acima de 2016/17.

FCStone

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