O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (Estado de São Paulo) acumulou alta de 1,48% em abril, fechando a R$ 69,86/saca de 50 kg no dia 30. A média mensal foi de R$ 68,46/sc, 0,78% superior à de março (R$ 67,93/sc) e 24,72% acima da de abril/18 (R$ 54,89/sc), em termos nominais.
O clima de início de safra fez com que os preços do açúcar cristal voltassem a cair no mercado spot na primeira semana de abril, que foi a primeira semana oficial da safra 2019/20 do Centro-Sul. No entanto, na segunda quinzena, as usinas paulistas que haviam iniciado a moagem da cana da safra 2019/20 suspenderam a produção, devido às chuvas em lavouras do estado.
Esse cenário sustentou os preços do cristal no spot, mesmo com a maior parte do produto comercializado ainda sendo da temporada anterior (2018/19). A maior parte da cana já moída foi direcionada à produção de etanol, e o açúcar desta nova safra ainda não influenciou os preços no spot.
Já no final do mês, o menor volume de chuvas em regiões paulistas com lavouras de cana permitiu que usinas voltassem a normalizar a moagem. Apesar disso, não houve aumento na oferta de cristal no spot, visto que as usinas priorizaram a entrega de contratos e/ou a produção de etanol. Segundo a Unica, na primeira quinzena da safra 2019/20 (1º a 15 de abril), as usinas de São Paulo produziram 189 mil toneladas de açúcar, volume 60,35% menor do que o produzido na mesma quinzena do ano passado.
Das 6,534 milhões de toneladas de cana que foram processadas no estado, 28,32% foram direcionadas à produção de açúcar e 71,68%, à de etanol. No Nordeste, o mercado spot de açúcar registrou preços estáveis em abril, com lento ritmo de negociações na primeira quinzena. A partir da segunda metade do mês, houve ligeiro aumento da demanda e dos valores negociados. Algumas usinas tinham estoques reduzidos e mantiveram firmes os valores pedidos pelo adoçante.
Segundo dados divulgados pela Conab em abril, a área nordestina plantada com cana-deaçúcar na safra 2018/19 foi 8,6% inferior à de 2017/18, mas a boa distribuição das chuvas aumentou a produtividade em 9% durante a temporada. Como resultado, a produção de cana-de açúcar atingiu 44,4 milhões de toneladas no Nordeste, acréscimo de 8% em comparação à temporada anterior. Já a produção de açúcar somou 2,47 milhões de toneladas, queda de 0,5% em relação à safra anterior.
Em abril, o indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco teve média de R$ 73,26/sc de 50 kg, queda de 0,89% em comparação com a de março, mas alta de 19,1% frente à de abril/18, em termos nominais.
Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 72,22/sc, elevações de 0,66% e de 15,70%, respectivamente, também em termos nominais. Quanto ao mercado internacional, na primeira quinzena de abril, as cotações do demerara subiram, influenciadas pelo aumento no preço do petróleo.
A partir da segunda quinzena, as cotações caíram, permanecendo abaixo dos US$ 13,00 por libra-peso nos mercados da ICE Futures (Bolsa de Nova York), mesmo com as perspectivas de menor produção de açúcar em países estratégicos e de redução dos estoques mundiais para o próximo ciclo.
No final do mês, o valor do petróleo atingiu a casa dos US$ 75,00/barril, patamar que não era registrado desde outubro/18. No entanto, o dólar acima dos R$ 3,90 estimula usinas brasileiras a exportar, aumentando a oferta do produto no mercado internacional. Além disso, a indicação de que a produção de açúcar tailandesa teria sido maior do que a esperada pesou sobre as cotações do açúcar em Nova York.
Segundo a FC Stone, a produção de açúcar na Tailândia havia atingido 14,42 milhões de toneladas até 15 de abril/19, contra 13,84 milhões na safra 2017/18. A Índia, com suas 2,3 milhões de toneladas a serem fixadas, limita fortemente a recuperação dos preços, em um ambiente global de baixa demanda.
Cálculos do Cepea indicaram que as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 15,14% a mais do que as externas em abril. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Maio/19 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 59,70/tonelada e custos com elevação e frete de US$52,15/tonelada.
Exportação
Segundo a Secex, as exportações de açúcar bruto (VHP) totalizaram 1,08 milhão de toneladas em abril/19, volume 13% maior do que o de março/19 (955 mil toneladas) e 40% superior ao de abril/18 (767,4 mil toneladas). Em relação ao açúcar branco, foram exportadas 187,4 mil toneladas em abril/19, volume 14,4% superior ao de março/19 (163,8mil toneladas), mas 26,3% menor do que o de abril/18 (254,3 mil toneladas).
O preço médio do açúcar bruto exportado em abril/19 foi de R$1.120,0/t, 5,6% maior do que o de março/19 (R$ 1.060,9/t) e 2,5% superior ao de abril/18 (R$ 1.093,0/t), em termos nominais. Em relação ao açúcar branco, o preço médio foi de R$ 1.334,1/t, baixa de 6,4% em relação a março/19 (R$ 1.425,6/t), mas alta de 4% em comparação com abril/18 (R$ 1.282,9/t), em termos nominais.
A receita com a exportação de açúcar no mês passado foi de R$ 1,46 bilhão, alta de 16,8% frente à de março/19 (R$ 1,25 bilhão) e de 25% em relação à de abril/18 (R$ 1,17 bilhão), em termos nominais. Cepea