O aumento da consciência ambiental das pessoas, a busca por fontes limpas de energia e a própria popularização do recurso fizeram com que a energia solar ganhasse destaque nos últimos anos como uma alternativa segura para residências e empresas. Por meio de um sistema com placas fotovoltaicas, o imóvel é capaz de produzir sua própria energia por meio da luz do sol. É ideal para quem deseja economizar e, principalmente, adaptar a estrutura para o consumo consciente dos recursos naturais. Contudo, poucos sabem como funciona essa solução na prática. Confira um passo a passo sobre o tema:
Sistema possui “pilhas gigantes” e inversor grid-tie
O nome oficial do recurso é Sistema Solar Fotovoltaico Conectado à Rede (SFCR). Sua função é produzir energia elétrica própria, cuja fonte primordial é a luz do Sol (espectro visível). Para isso, é composto pelos módulos fotovoltaicos (painéis instalados no teto), que funcionam como uma “pilha gigante”, e também pelo inversor grid-tie, um equipamento que converte a corrente contínua que sai das placas em corrente alternada, responsável pela alimentação dos eletrodomésticos. Além disso, há cabos, conectores, equipamentos de proteção e de sustentação.
A energia excedente é injetada na rede de distribuição
A maioria dos sistemas no mercado é on grid, ou seja, não possui baterias de armazenamento. A solução é conectada à rede de distribuição da concessionária e, quando produz mais energia do que o necessário, o excedente é disponibilizado na distribuidora, que acaba funcionando como um armazenador. Ele gera “créditos” que podem ser utilizados à noite, por exemplo, quando não há produção de energia solar, ou no mês seguinte, caso haja crédito acumulado. Essa operação é conhecida como compensação de energia elétrica e é regulamentada pela resolução 482 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) desde abril de 2012.
Imóvel não precisa de reforma, mas telhado precisa receber incidência do Sol
De um modo geral, não é preciso fazer adaptações no imóvel para instalar as placas solares. Contudo, há diversos fatores que influenciam na produtividade do sistema e que as pessoas precisam estar atentas. O ideal é que o telhado tenha uma boa área para acomodar o painel e que seja voltado para o norte, para que haja um bom aproveitamento da produção de eletricidade. Árvores ou edificações próximas podem provocar sombras, o que diminui a intensidade. Contudo, apesar de desejáveis, não são imprescindíveis, pois a empresa responsável pela solução pode adaptar o projeto para um maior aproveitamento.
Não é necessário um dia ensolarado para produzir eletricidade
Ainda que a luz solar seja a principal fonte de eletricidade desta opção, não é preciso um Sol a pino para produzir a energia necessária para uma residência ou comércio. O sistema consegue captar a luz solar mesmo em dias nublados. Evidentemente, a quantidade será produzida em uma intensidade menor, o que faz a unidade consumidora receber energia da rede de distribuição em maior quantidade. Mas no período de 1 ano, a produção total real é sempre próxima da prevista.
* Vinicius Ferraz é Cofundador e CEO da Solar21, startup fundada em Brasília