A oferta de etanol no mercado vem crescendo, o biocombustível voltou a ter competitividade no mercado com preços mais atrativos, obtendo um aumento no seu consumo em 1,5 bilhão de litros por mês. Cenário que vem sendo realidade desde que o governo adotou medidas para ajudar o setor como o retorno da CIDE e o aumento da mistura do anidro na gasolina.
No Painel “A Competitividade do Etanol com a Gasolina”, realizado hoje cedo, dentro da programação da 15ª Conferência Internacional Datagro de Etanol e Açúcar, que acontece em São Paulo, especialistas fizeram analises variadas sobre o mercado de etanol, crise no setor sucroenergético e cenários futuros.
Plinio Mario Nastari, Presidente da Datagro, coordenou os debates. Fabio Venturelli, Presidente da São Martinho, Jacyr Costa Filho, Diretor da Tereos, Jucelino Oliveira de Sousa, Presidente do Grupo Coruripe e Pedro Mizutani, Vice Presidente da RAÍZEN foram os expositores do tema.
No geral, todos frisaram a necessidade de o governo adotar políticas públicas que reconheçam a contribuição e as externalidades do etanol. A inovação tecnológica e a eficiência logística também foram muito citadas como fundamentais para preservar a liderança do Brasil no mercado de açúcar e também para reconduzir o país à vanguarda da produção e venda de etanol.
“É preciso de novas políticas de incentivo e investimentos. Mesmo com a melhoria do cenário este ano, a produção segue prejudicada por falta de estímulos a investimentos no setor. Mantemos conversas constantes com o governo para que seja definida uma política de longo prazo que garanta o papel do etanol na matriz energética do País e possibilite a retomada de investimentos neste segmento. Somente a valorização das externalidades positivas do biocombustível derivado da cana – uma fonte de energia limpa e renovável – em relação à gasolina trará uma solução sustentável que atenda definitivamente aos consumidores e produtores”, disse o presidente da Tereos, Jacyr Costa Filho.
“Atualmente, o etanol é competitivo a nível do consumidor, mas o produtor ainda não é remunerado. Não temos o retorno financeiro. É preciso voltar o olhar para um diferencial na remuneração dos custos”, disse no evento o presidente da Raízen, Pedro Mizutani. “Para o setor poder crescer, é necessário investimentos, como por exemplo,uma CIDE adicional, ou uma forma de incremento para competitividade” ressaltou.
Canal-Jornal da Bioenergia