Consumo industrial de energia elétrica recua 0,9% em agosto

Em agosto de 2016, o consumo industrial de eletricidade recuou 0,9% industrial frente ao mesmo mês de 2015, somando 14.101 GWh, que retrata uma redução acumulada de 4,2% nos oito meses do ano. O indicador acumulado dos últimos doze meses, com decréscimo de 5,4% em agosto, freou ligeiramente o ritmo de queda em relação ao verificado em julho último (-5,8%). Apesar do Nível de Utilização Médio da
Capacidade Instalada da indústria ainda permanecer baixo (segundo a CNI, o valor para agosto deste ano foi 66%, o mesmo de agosto do ano passado), alguns outros indicadores c o n t i n u a r a m s u g e r i n do uma estabilização na atividade produtiva nacional: (i) avanço de 0,1% da produção industrial em julho na série dessazonalizada da pesquisa PIM-PF do IBGE, quinto resultado positivo sucessivo neste tipo de comparação; (ii) o índice de produção industrial divulgado pela CNI em agosto atingiu o patamar de 50,8 (acima da linha d i v i s ó r i a  d o s  5 0 p o n t o s ) , interrompendo uma sequência de decréscimos na produção que já durava 21 meses; (iii) de acordo com o CAGED, a indústria de transformação gerou 6.294 empregos com carteira assinada em agosto, o primeiro saldo positivo após 17 meses consecutivos
de demissões líquidas. Dentre os 10 segmentos industriais maiores consumidores de eletricidade,
três deles revelaram desempenho positivo no mês, conforme o gráfico abaixo: metalúrgico (+10,6%), têxtil (+2,8%) e químico (+2,7%). Pelo quinto mês seguido, o ramo metalúrgico apresentou elevação na
demanda de energia (+10,6%), relacionada ao quarto aumento sucessivo na produção de alumínio
primário (+8,4%, dados da ABAL para agosto/2016). Quanto à produção siderúrgica, ainda que a fabricação de aço bruto tenha registrado queda mais branda este mês (-1,1%), a fabricação de laminados cresceu 2,2% (Instituto Aço Brasil). Minas Gerais (+11,9%) e Espírito Santo (+5,3%) se destacaram
na produção de laminados e semiacabados para vendas no mês. A demanda de energia no setor
metalúrgico progrediu 15,6% na região Sudeste em agosto. Minas Gerais anotou crescimento de 34,8%,
associado às ferroligas e à metalurgia de metais não-ferrosos. São Paulo registrou no mês a segunda alta no ano (+1,5%), relacionada à metalurgia de metais não-ferrosos, enquanto que o aumento no consumo do Rio de Janeiro (+5,5%) está ligado à redução da autoprodução na siderurgia. Já no Centro-Oeste (+49,0%), o estado de Goiás (+48,9%) representou o maior avanço em função das ferroligas; no  Maranhão (+22,9%), devido à produção de gusa. A indústria têxtil exibiu em agosto o primeiro crescimento no ano do seu consumo de energia (+2,8%). O aumento na demanda de eletricidade em Santa Catarina (+26,6%) foi o maior entre os estados no segmento, influenciado pela atividade de fiação
de algodão. Também houve reclassificação para este ramo de algumas unidades consumidoras
industriais catarinenses. Em Minas Gerais (+9,2%), contribuiu para o avanço o consumo na preparação e
fiação de fibras de algodão. O setor químico, 3º maior consumidor de energia elétrica na indústria,
apresentou progresso de 2,7% no consumo em agosto, em linha com o avanço da produção (+3,9%) divulgado pela ABIQUIM no mês. O crescimento em Minas Gerais (+26,5%) está relacionado à fabricação de gases industriais, produtos inorgânicos (carbeto de silício) e fertilizantes/adubos. Embora o Nordeste tenha registrado declínio no segmento em agosto (-4,1%), o consumo de Alagoas aumentou 3,5% impactado pela maior demanda de eletricidade na produção de soda-cloro, matéria-prima para
outros setores da indústria. Em termos regionais, o Centro-Oeste (+5,6%) foi a única região com avanço no consumo industrial em agosto, influenciado pelo estado de Goiás ( + 1 4 , 5 % ) . O S u l  e x p r e s s o u estabilidade (-0,2%), sendo Santa Catarina (+3,8%) o único estado com progresso no consumo de eletricidade. Por outro lado, Nordeste (-4,4%), Norte (-1,5%) e Sudeste (-0,7%) exibiram quedas em agosto. Entre os estados, o  destaque continuou sendo Minas Gerais (+7,8%).

 

 

EPE

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