Consumo total de energia volta a crescer

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) apontou que o consumo total de energia elétrica voltou a crescer em 2017, depois de dois anos de queda, atingindo crescimento anual de 0,8%. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a maior alta foi registrada nos consumidores industrias, que registrou 1,1% de crescimento ante igual período de 2016. O consumo residencial expandiu 0,8% e Comércio e Serviços 0,3%. Para o período de 2018-2022, a projeção de crescimento médio anual de consumo de energia é de 3,9%.

O CMSE também destacou que está garantido o suprimento eletroenergético do SIN, despachando o parque térmico conforme ordem de mérito de custo, e que permanecerá acompanhando atentamente a evolução das condições de atendimento ao longo da estação chuvosa de 2018.

O risco de qualquer déficit de energia em 2018 é igual a 0,2% e 0,0%[1] para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente, considerando a configuração do sistema do PMO de março de 2018.

Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE)

Nota Informativa – 7 de março de 2018

O CMSE esteve reunido nesta quarta-feira, 7 de março de 2018, com o objetivo de analisar as condições de suprimento eletroenergético em todo o território nacional, e divulga, de forma preliminar, os principais pontos tratados pelo colegiado:

Mercado de Energia Elétrica e Balanço Oferta x Demanda: A EPE apresentou os resultados da consolidação do mercado de energia elétrica brasileiro do ano 2017 e as perspectivas para o horizonte de 2018 a 2022. Foi destacado que o consumo total de energia elétrica no Brasil voltou a crescer em 2017, depois de dois anos de queda, atingindo crescimento anual de 0,8% mas ainda assim o consumo de 2017 é comparável ao de 2014. Especificamente em relação ao setor industrial, este teve crescimento de 1,1% em 2017, quando comparado ao ano anterior. As perspectivas para os próximos anos apontam crescimento médio anual de 3,9% do consumo de energia de 2018 a 2022. Sobre o balanço comparativo entre oferta e demanda no horizonte 2019 a 2022, a EPE apresentou o balanço estrutural de oferta e demanda do sistema considerando análise de sensibilidade nas variáveis chave, incluindo restrição hidrológica na vazão da região Nordeste e foi mostrada a existência de um excesso de oferta para os próximos anos, mas apontada que a expansão da oferta continuará sendo necessária, principalmente a partir de 2022, e viabilizada com a realização dos leilões de energia nova.

Expansão da Geração e Transmissão: A Secretaria de Energia Elétrica – SEE/MME relatou que, em fevereiro de 2018, entraram em operação comercial 745,2 MW de capacidade instalada de geração, 830 km de linhas de transmissão e conexões de usinas na Rede Básica e 1.929 MVA de transformação na Rede Básica. Assim, a expansão do sistema no ano 2018, até o mês de fevereiro, totalizou 996,8 MW de capacidade instalada de geração, 830 km de linhas de transmissão de Rede Básica e conexões de usinas e 3.321 MVA de transformação na Rede Básica. O destaque de fevereiro foi a entrada em operação da unidade geradora – UG8 da UHE Belo Monte, com 611,1 MW, localizada no rio Xingu, e a entrada em operação da linha de transmissão – LT 500 kV Luziânia / Brasília Leste C1 e C2, com 134 km de extensão, que reforça a malha de transmissão de atendimento ao Distrito Federal.

Condições Hidrometeorológicas e Energia Armazenada: O ONS apresentou que, no mês de fevereiro de 2018, nas duas primeiras semanas do mês ocorreram totais elevados de precipitação nas bacias dos rios São Francisco e Tocantins. O mês fechou com chuvas superiores à média nas bacias dos rios Doce, São Francisco, Xingu, Madeira e Tocantins. Entretanto, as chuvas foram deficitárias nas bacias dos rios Grande, Paranaíba, Iguaçu, Uruguai e Jacuí. Em termos de Energia Natural Afluente – ENA bruta, foram verificados no mês de fevereiro os valores de 83% no Sudeste/Centro-Oeste, 86% no Sul, 44% no Nordeste e 107% no Norte, referenciados às respectivas médias de longo termo – MLT.

A ENA das bacias dos rios Grande, Paranaíba, São Francisco e Tocantins, que juntos concentram cerca de 80% da capacidade de armazenamento do Sistema Interligado Nacional – SIN, no mês de fevereiro de 2018 se configuraram como o 13º pior, 16º pior, 10º pior e 36º melhor valor do histórico, respectivamente.

A Energia Armazenada – EAR verificada ao final do mês de fevereiro de 2018 foi de 37%, 73,5%, 26,3% e 62,1% nos reservatórios equivalentes dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente, referenciados às respectivas EAR máximas. Os valores esperados de armazenamentos equivalentes ao final do mês de março de 2018 são: 44,6% no Sudeste/Centro-Oeste, 64,1% no Sul, 36,9% no Nordeste e 66,5% no Norte.

O ONS destacou que, referente à última reunião do Grupo de Trabalho MCTIC/MME sobre Previsão Estendida, o fenômeno de “La Niña”, em curso, continua apresentando intensidade fraca.

Nos próximos sete dias esperam-se precipitações mais abundantes nas bacias dos rios São Francisco, Doce, Tocantins e Xingu. Nas bacias dos rios Grande, Paranaíba, Madeira, Itaipu, Iguaçu, Uruguai e Jacuí há previsão de chuvas predominantemente inferiores à média histórica. As temperaturas nos principais centros urbanos da Região Sudeste serão ligeiramente superiores à média nos próximos sete dias.

O cenário mais provável de previsão para a segunda semana é de continuidade de maiores acumulados pluviométricos nas bacias do São Francisco, Doce, Tocantins e Xingu. No rio Madeira, assim como nas bacias da Região Sul, as precipitações serão próximas ou levemente inferiores aos valores históricos. Deverá chover abaixo da média nas bacias dos rios Grande e Paranaíba.

O CMSE destacou que está garantido o suprimento eletroenergético do SIN, despachando o parque térmico conforme ordem de mérito de custo, e que permanecerá acompanhando atentamente a evolução das condições de atendimento ao longo da estação chuvosa de 2018.

Análise de Risco: O risco de qualquer déficit de energia em 2018 é igual a 0,2% e 0,0%[1] para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente, considerando a configuração do sistema do PMO de março de 2018.

Operação Hidráulica do Rio São Francisco: O ONS informou que permanece a política operativa hidráulica de defluências mínimas na cascata do rio São Francisco, com vistas à preservação dos estoques armazenados. Como resultado das ações desenvolvidas no âmbito do Grupo de Acompanhamento da Operação dos Reservatórios do Rio São Francisco, coordenado pela ANA, será possível manter todas as usinas hidrelétricas – UHEs acima de seus armazenamentos mínimos operacionais até o final do período úmido em abril de 2018. A expectativa de armazenamento ao final do mês de março de 2018 é de 38,9% na UHE Três Marias e de 48,3% na UHE Sobradinho, o que indica nível de armazenamento melhor que no ano 2017.

O CMSE, na sua competência legal, continuará monitorando, de forma permanente, as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País. As definições finais sobre a reunião do CMSE de hoje serão consolidadas em ata devidamente aprovada por todos os participantes do colegiado e divulgada conforme o regimento.

Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico

[1] Estes resultados são obtidos nas simulações do modelo Newave utilizando séries sintéticas, com tendência hidrológica, considerando em seus parâmetros que não há racionamento preventivo, térmicas por mérito e um patamar de déficit. Para séries históricas, o valor do risco de qualquer déficit é igual a 0,0%, para os subsistemas SE/CO e NE, no ano 2018. Assessoria de Comunicação Social Ministério de Minas e Energia

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