O setor sucroenergético precisa de regras claras e de políticas públicas adequadas para voltar a crescer. A crise que afeta as usinas há mais de 4 anos ainda vai persistir, caso o governo federal não tome medidas de incentivo que garantam, por exemplo, preços remuneradores para o etanol e a bioeletricidade. O aumento da mistura de anidro na gasolina e a volta da CIDE melhoraram um pouco o cenário, mas não no nível necessário para dar novo ânimo ao setor.
Este é o pensamento unanime, expressado por consultores e autoridades que falaram hoje, na 15ª Conferência Internacional Datagro, que segue até amanhã, no Hyatt Hotel, em São Paulo.
Cerca de 700 pessoas participam do evento, incluindo representantes de 32 países. Plínio Nastari, presidente da Consultoria Datagro, realizadora da Conferência, ressaltou que o etanol precisa receber tratamento especial do governo federal, porque é um combustível estratégico e que tem sido penalizado pela política de preços para a gasolina no Brasil. Segundo ele, sem garantias confiáveis e estáveis não haverá retomada de investimentos por parte das usinas para ampliação da produção de etanol. A bioeletricidade também precisa de leilões específicos que garantam preços remuneradores.
O secretário da agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim fez em seu pronunciamento uma análise dos problemas do setor e alertou: “o governo federal tem que recompor a CIDE da gasolina para patamares que sustentem uma paridade positiva e duradoura para o etanol.”
A Conferência Datagro tem uma ampla programação com palestras ministradas por renomados especialistas brasileiros e internacionais do setor sucroenergético mundial. O principal objetivo da Conferência é reunir autoridades da indústria para debater perspectivas de mercado, planejamento estratégico, comércio internacional, produção e outras questões atuais dos segmentos de açúcar e etanol.
Canal-Jornal da Bioenergia