A Embrapa Agropecuária Oeste realizou o Seminário “Resultados de pesquisa da Embrapa para a região norte de Mato Grosso do Sul na cultura da cana-de-açúcar”, em Chapadão do Sul, na IACO. O evento, parceria entre Embrapa Agropecuária Oeste e Biosul, foi em 22 de março para técnicos de usinas da região, consultores e técnicos de empresas de insumo.
Além disso foi realizado levantamento e priorização de demandas da região norte e do Bolsão de MS por Márcio Ito da equipe de implementação da programação e por Walmor Saldanha, de prospecção e avaliação, ambos da transferência de tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste.
Os resultados em sistemas de renovação de canaviais, apresentados por pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste, são referentes a estudos realizados em experimentos em áreas da Usina Sonora, em Sonora, MS, no período de 2010 a 2014. E envolveram as culturas da soja, girassol, sorgo sacarino e adubação verde em áreas de rotação de plantio da cana. As culturas entram no sistema de produção durante a janela de renovação de canaviais de outubro/novembro até março/abril.
O pesquisador Cesar José da Silva, que conduziu os experimentos em Sonora, apresentou as informações de produtividade e manejo fitotécnico. Em seguida, o pesquisador Carlos Hissao Kurihara falou sobre os aspectos da produtividade da fertilidade do solo. O pesquisador Walder Albuquerque Nunes relatou os parâmetros de física do solo. E os aspectos ambientais foram explicados pela pesquisadora Michely Tomazi. O diretor da Biosul, Isaias Bernardini, e Erico Paredes, assessor técnico da Biosul, também apresentaram informações sobre resultados da safra de fevereiro no Estado.
A renovação de canaviais são realizadas nos dois polos de produção de cana em Mato Grosso do Sul: a região norte (Costa Rica, Chapadão do Sul e Sonora), e a centro-sul (Dourados, Rio Brilhante, Angélica, Ivinhema e Maracaju). Mas existem diferenças entre as duas regiões. A região norte do Estado, em relação ao centro-sul, possui altitude maiores, possui precipitação de chuva anual com período de seca bem mais definido de abril a setembro e temperaturas mais elevadas e com menor incidência de geadas. “Por isso, a avaliação das variedades das culturas para a renovação e do sistema de produção deve ser realizada de forma diferenciada. Muitos resultados de experimentos no sul do Estado não são aplicáveis no norte”, diz o pesquisador Cesar José da Silva.
O resultado as pesquisas que mais chama a atenção é que o pousio não é opção. A utilização de uma das culturas é sempre mais vantajoso, levando-se em consideração as características de cada uma delas em relação à época de semeadura, clima, solo, regime hídrico da região. “O pousio reduz a produtividade de colmos da cana. E ao longo do ciclo essa redução aumenta”, explica Silva.
Estes resultados de pesquisa foram realizados em sistema convencional. Em sistemas conservacionistas, como o sistema plantio direto, as vantagens aumentam. O custo de preparo da renovação de canaviais é menor, o consumo de combustíveis fósseis e das emissões de gases de efeito estufa diminuem. Embrapa