Emissões de gases no Brasil

Em 2023, as emissões brutas de gases de efeito estufa do Brasil foram de 2,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (GtCO2 e), medidas em potencial de aquecimento global em cem anos (GWP) conforme o 5o Relatório de Avaliação (AR5) do IPCC, o painel do clima da ONU. Isso representa uma redução de 12% em
relação a 2022, quando o país emitiu 2,6 bilhões de toneladas. É a maior queda nas emissões desde 2009, ano em que o SEEG registrou os menores níveis de poluição climática da série histórica completa iniciada em 1990 (1,77 GtCO2 e). A redução é explicada principalmente pelo comportamento do desmatamento na Amazônia. Em 2023, o governo Lula retomou as políticas de controle da devastação que vinham sendo paulatinamente enfraquecidas desde o segundo mandato de Dilma Rousseff (2014-2016) e foram desmontadas na administração de Jair Bolsonaro (2019-2022). O atual governo, eleito sob a promessa de priorizar a agenda ambiental e climática e zerar o desmatamento no país até 2030, restabeleceu o PPCDAm (Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal), que foi revogado em 2019. Também adotou uma série de medidas de comando e controle que levaram à redução de 22% da taxa oficial de desmatamento em 2022, medida pelo sistema Prodes, do Inpe. Isso levou a uma queda de 37% nas emissões por desmatamento na floresta.
Mesmo com os aumentos de emissão por desmatamento no Cerrado, na Caatinga, no Pantanal e na Mata Atlântica, a queda total no setor de mudança de uso da terra (MUT) foi de 24%. Apesar disso, a destruição dos biomas brasileiros emitiu quase 1,1 bilhão de toneladas brutas no ano passado — o equivalente às emissões somadas do Canadá e do Reino Unido.
Todos os outros setores da economia tiveram aumento de emissões no ano passado. A alta mais expressiva, de 2,2%, ocorreu na agropecuária, que lançou na atmosfera 631 milhões de toneladas de CO2 equivalente (MtCO2e), contra 617 MtCO2 e em 2022. No setor de energia, a elevação foi de 1,1% (420 MtCO2 e contra 417 MtCO2 e), enquanto o setor de processos industriais cresceu 0,9% (de 90 MtCO2 e para 91 MtCO2 e), e o de resíduos, 0,2% (de 91 MtCO2 e em 2022 para 92 MtCO2 e no ano passado). Nesses setores, a elevação acompanhou o aquecimento da economia, que viu uma alta do PIB de 2,9%.

Como vem sendo uma constante nos dados do SEEG, as mudanças do uso da terra responderam pela maior parte das emissões brutas brasileiras: 46% em 2023, contra 53% em 2022. Somando as emissões por desmatamento e outras mudanças de uso da terra para produção agropecuária com as do setor agropecuário, conclui-se que a atividade agropecuária responde por 74% de toda a poluição climática brasileira. Segundo dados recentes do consórcio MapBiomas, 90% da área desmatada na Amazônia brasileira nos últimos 39 anos teve como primeiro uso a pastagem, que ocupava 77% da área desmatada em 2020. A expansão da área de pasto foi de 363% desde 1985.  . Fonte: Observatório do Clima

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