Os preços cada vez menores das tecnologias de geração por placas solares fotovoltaicas e aerogeradores farão de suas fontes as líderes do mix elétrico mundial daqui a 30 anos.
Foi o que apontaram os dados da última edição do relatório anual da empresa de pesquisa Bloomberg New Energy Finance (BNEF), o New Energy Outlook 2019 (Panorama da Nova Energia 2019, em tradução livre).
Já líderes entre as novas capacidades instaladas nos últimos anos, as energias solar e eólica continuarão crescendo até responderem por 48% da geração mundial em 2050, afirma o estudo.
A mudança será resultado da contínua queda dos custos dessas tecnologias, que segundo o relatório já são mais baratas em dois terços do mundo, incluindo no Brasil, onde a solar bateu recorde de preço no último leilão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
A lógica é simples: preços menores atraem mais projetos. Assim, a BNEF estima que as renováveis respondam por 77% dos US$ 13,3 trilhões de investimentos feitos em geração elétrica no mundo até 2050, os quais elevarão a capacidade mundial em 12 Terawatts (TW).
No cenário geral, o estudo afirma ainda que as fontes de energia renováveis responderão por 62% do mix nesse mesmo período, com destaque para as fontes hídrica e nuclear, colaborando para manter a temperatura global abaixo dos 2ºC até 2030.
Os próprios consumidores também foram apontados como catalizadores dessa transição, que a cada ano mais geram a própria energia que consomem em suas casas e empresas, impulsionados por incentivos como as linhas de financiamento de energia solar.
As baterias de armazenamento, outra tecnologia em ascensão no mundo, darão o suporte para que essas fontes intermitentes se estabeleçam de vez como substitutas aos combustíveis fósseis.
Entre esses, o carvão é o que perderá maior participação mundial, segundo o estudo, passando dos atuais 37%, atingindo seu pico em 2026, para depois cair para apenas 12% até 2050.
Por fim, o relatório conclui que a Europa será o mercado mundial de destaque com a mais rápida transição para as renováveis, com 80% de participação em sua matriz até 2050, seguido pela China e EUA com, respectivamente, 48% e 35%. Divulgação