Divulgação/Itaipu

Engenheiros debatem os desafios do setor energético

Entre 5 e 7 de outubro, será realizado o IX Congresso Nacional dos Engenheiros (Conse), em Campo Grande. Promovido pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), o evento que acontece a cada três anos, nesta edição é coorganizado pelo Sindicato dos Engenheiros de Mato Grosso do Sul (Senge-MS). Reunindo profissionais da área, autoridades políticas e especialistas, o Congresso trará debates sobre temas fundamentais para a retomada do crescimento econômico brasileiro e a superação da atual crise.

Dentre os destaques da programação, no dia 6 de outubro, às 9h, acontece o painel “Água e Energia”, que reunirá especialistas para debater aspectos estruturais das atividades de produção e distribuição de energia, escassez e poluição dos recursos hídricos e a situação do petróleo.

Para o ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras e professor da Universidade de São Paulo (USP), Ildo Luís Sauer, o setor energético brasileiro enfrenta uma crise muito séria com graves erros de gestão e planejamento. Com explosão tarifária, deterioração da confiança na qualidade dos serviços e um passivo de mais de R$ 100 bilhões, que está sendo repassado para a sociedade, é urgente refletir sobre o cenário atual para corrigir rapidamente os rumos que se desenham.

Em sua exposição no painel, Sauer pretende abordar um dos aspectos mais graves do setor: o as reservas de petróleo na camada do pré-sal. “É uma oportunidade que foi construída no âmbito da Petrobras e que, se for estruturado adequada e estrategicamente poderá trazer benefícios e resgatar assim a confiança e a credibilidade brasileira no cenário geopolítico internacional”, avaliou. Mas para isso, defende, “é necessário conhecer bem as nossas reservas, definir um ritmo de produção e, principalmente, não ‘entregar’ o pré-sal para especuladores internacionais”.

Na opinião de Sauer, a atual estratégia da diretoria da Petrobras é equivocada. “É pensada por gente que não compreende a geopolítica do petróleo e da energia, e não conhece a dimensão dos desafios tecnológicos que se apresentam para voltarmos ao curso da esperança. Cabe também aos engenheiros contribuir com o tema e corrigir rapidamente este rumo”, declarou.

Outras contribuições

Trazendo a visão regional para o painel, Ricardo José Senna, secretário adjunto de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso do Sul, parte do pressuposto de que os recursos naturais são imprescindíveis para a produção de riqueza. No entanto, é preciso que a sociedade trave o debate sobre que modelo adotar. “O preocupante é que a falta de clareza na definição desse modelo no Brasil tem pressionado o meio ambiente, vide o aumento do desmatamento e a concentração de energia em uma matriz fóssil. Debates como esse são fundamentais para que a sociedade veja com maior clareza as alternativas que pode escolher para seu futuro”, adiantou Senna.

O painel contará ainda com o Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho. Recentemente, Ventura fez uma projeção polêmica: “o suprimento de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional (Geração) está assegurado no triênio 2015/2017, não sendo estatisticamente visualizados déficits ou racionamentos neste período”.

Geraldo José dos Santos, vice-presidente da Sociedade Brasileira dos Engenheiros Florestais (Sbef) completa a relação dos palestrantes do painel que promete aquecer as discussões do IX Conse. Assessoria de imprensa

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