Com formação em direito e administração de empresas, Gilberto Colombo exerce a função de Superintendente da Usina Colombo, dona da marca de açúcar Caravelas, localizada em Ariranha (SP). Esse ano, Colombo assumiu a presidência da Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia (Biocana).
Canal: A ligação que o senhor tem com o setor sucroenergético vem de longa data?
Sou diretor da Usina Colombo desde a sua fundação na década de 1940 com a produção de aguardente. E em 1975, com a criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool),a Usina iniciou a produção de etanol na safra de 1977.
Canal: Quais são os planos do senhor para o comando da Biocana?
Os planos para este mandato é fortalecer o número de associados, com o intuito de tentar solucionar os problemas do setor na região.
Canal: Como o senhor avalia o momento atual do setor?
O momento atual é muito delicado em relação ao setor nas áreas econômica e financeira, com a restrição ao crédito, juros abusivos, inflação alta e abandono do setor sucroenergético, com várias usinas fechando as portas ou em Recuperação Judicial.
Canal: O que falta acontecer para o setor sair da crise?
Para amenizar a crise do setor seria necessária a volta da CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) para corrigir os preços do etanol e, consequentemente, do açúcar que estão com seus preços abaixo dos custos de produção.
Canal: Como a crise tem afetado os associados da Biocana?
A Biocana sofreu vários desligamentos de suas associadas com a crise do setor, com a redução de custos dessas empresas.
Canal: Qual é hoje o maior desafio das entidades representativas do setor sucroenergético?
Tornar o setor autosustentável, com uma política de longo prazo de preços para o setor.
Canal: A Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, recriada na Câmara dos Deputados no último dia 7 de maio, pode ajudar efetivamente na definição de alternativas para o setor?
Estou confiante que sim, pois o setor ficou abandonado nos últimos quatro anos pelo governo federal.
Canal: O diálogo do setor com o governo federal melhorou nesse ano de 2015? O que ainda precisa melhorar?
Sim, com a criação da frente parlamentar criou-se um canal de comunicação com o governo que não existia.
Canal: O objetivo dos produtores sempre é aumentar a produtividade. Para o senhor, o que mais dificulta o acréscimo na produtividade?
Investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas variedades de cana- de- açúcar, por exemplo. Além de ser caro, levam-se vários anos para se desenvolver uma nova variedade.
Canal: Adoção de novas tecnologias para modernizar os parques industriais. Como fazer isso em tempos de crise?
É difícil, mas investir em modernização e produtividade é um dos caminhos para vencer a crise que o setor enfrenta.
Canal: Cenários futuros do setor. O senhor é otimista?
Sim, pois o setor é gerador de muitos empregos. Além disso, produz um combustível limpo de tecnologia totalmente nacional.
Canal-Jornal da Bioenergia