Divulgação Biosul

Entrevista | Roberto Hollanda Filho-Biosul

Natural de Recife, o administrador de empresas com especialização em marketing, Roberto Hollanda Filho começou a atuar no setor sucroenergético há 16 anos, destes, sete a frente da Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul (Biosul).

CANAL: Qual a sua trajetória no setor sucroenergético?

Entrei em outubro de 1998 como secretário geral da Associação Brasileira da Indústria de Álcool (Alco), entidade que depois presidi. Essa foi a minha primeira experiência no setor e de lá pra cá. Esse conhecimento tem sido cada vez mais intenso, principalmente quando vim para o Mato Grosso do Sul presidir a Biosul.

CANAL: Quantos associados a Biosul tem?

A Biosul possui atualmente 22 associadas. A entidade representa todas as usinas instaladas em Mato Grosso do Sul.

Temos um sistema de representação setorial, que tem como características fundamentais a gestão profissional e participativa. A associação acompanha e fomenta o desenvolvimento do setor sucroenergético sul-mato-grossense, além de promover sua interação com a sociedade. Também é responsável pela organização de comitês técnicos que discutem e apontam sugestões e ações em demandas relacionadas ao segmento com base no conhecimento técnico-científico dos seus integrantes.

CANAL: A Associação tem investido em aperfeiçoamento dos associados?

Um dos pilares da atuação da Biosul é fomentar a qualificação dos colaboradores das unidades, por isso, realizamos seminários em diversos setores, além de promover a interação entre as equipes por meio dos comitês técnicos.

CANAL: Como a Biosul avalia as feiras, workshops e eventos existentes no cenário sucroenergético tanto no foco estadual como nacional?

Acredito que feiras e workshops vêm para contribuir para a qualificação e atualização dos colaboradores das usinas, com novidades tecnológicas que tragam o desenvolvimento do setor.

CANAL: Como o Estado se coloca hoje no contexto da produção de etanol, açúcar e bioeletricidade?

Hoje, o Mato Grosso do Sul é o quarto maior produtor de etanol com produção de 2,457 bilhões de litros na safra passada, quinto de açúcar com produção de 1,367 bilhão de toneladas da safra 14/15 e o terceiro em bioeletricidade com a cogeração de 1.879 GWH, valor maior que todo consumo residencial do Estado.

CANAL: Com relação ao âmbito nacional, o Mato Grosso do Sul está dentro do esperado em questão de produção?

Na safra 2014/2015 o Estado se tornou o 4º maior produtor de cana do país, para essa safra pretendemos crescer 15%. Mesmo com alguns períodos de chuvas concentradas, ainda mantemos a previsão de crescimento.

CANAL: Como a Biosul incentiva a produção de bioenergia pelas usinas associadas?

Por meio de contatos para obtenção de políticas de comercialização melhores paras as unidades do Estado.

CANAL: As condições climáticas são importantes para o crescimento e desenvolvimento dos canaviais.  As alterações recentes atingiram a safra do Estado?

A geada que aconteceu em 2013 ainda se reflete nos canaviais por meio o baixo nível de ATR, agora estamos lidando com as chuvas, que são concentradas em grande quantidade nas áreas produtoras e obrigam que as usinas parem de funcionar alguns dias durante as quinzenas.

CANAL: A Biosul investe em estudos para acompanhar essa oscilação climática?

Sim, temos contato com alguns institutos estaduais de acompanhamento climático para monitoramento.

CANAL: A crise afetou as usinas no estado? Se sim, como?

A crise que afetou o setor no país também atingiu o setor no Mato Grosso do Sul. Temos unidades em recuperação judicial e, desde o início da crise, três usinas já foram fechadas.

CANAL: O que podemos esperar do futuro? O senhor acredita que o pior já passou?

Sou um otimista por natureza. A crise traz lições importantes. Uma delas é que o setor hoje está mais organizado e mais unido devido a criação e atuação do Fórum Nacional Sucroenergético, que é muito bem conduzido pelo presidente André Rocha.

Não atua só na política que o setor tem feito a sua parte, da porteira para dentro temos investido na recuperação da nossa matéria-prima e nosso processo produtivo, quer seja na área agrícola, quer seja na área industrial.

Cejane Pupulin-Canal-Jornal da Bioenergia

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