Entrevista/Rodrigo Lopes Sauaia-Diretor Executivo da Absolar

 

É co-fundador e Diretor Executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Representa o Brasil no Fórum Internacional de Associações Fotovoltaicas, organizado pela European Photovoltaic Industry Association (EPIA) e atua como consultor estratégico para a área de energia solar fotovoltaica junto ao Greenpeace Brasil.

Qual a expectativa do setor de energia solar para 2016?

A nossa expectativa para 2016 é bastante positiva. Acreditamos que o segmento continuará acelerando seu crescimento ao longo do ano, tendo em vista que no final de 2015 tivemos aprimoramentos regulatórios favoráveis, como a revisão da resolução normativa 482/2002, criando novos modelos de negócio.

Uma de nossas grandes metas é o aprimoramento de condições da cadeia produtiva do setor solar, em geral com políticas públicas como o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores e Displays (PADIS), que não podem ser aproveitadas pelo setor fotovoltaico. Outra área é a formação e capacitação técnica de profissionais, já que o setor irá crescer e precisará de profissionais capacitados.

Ainda na área de sistemas de pequeno porte, a Absolar vai realizar um trabalho junto ao governo federal fazendo recomendações e trazendo contribuições para o programa. Além disso, estaremos trabalhando junto aos estados e municípios para promover programas locais.

Na área de projetos de grande porte, o setor fotovoltaico tem como meta a realização de mais dois leilões, que é nossa recomendação ao governo federal. Um deles seria para contratar projetos para 2018, complementando os já contratados em 2015, e outro para contratar para 2019. A nossa expectativa é que sejam contratados mais de 1 gigawatt. No ano passado, foram estabelecidos contratos pelo governo de 20 anos. Nossa reinvidicação é que os contratos sejam de 25 a 30 anos, o que possibilitará a redução do custo de energia média no Brasil.

A Absolar também vai trabalhar para aprimorar o procedimento de normas e certificações de equipamentos fotovoltaicos, para que os fabricados no Brasil tenham uma qualidade mínima e uma segurança garantida. Isso é importante para fomentar uma competição equilibrada dos projetos brasileiros.

Também vamos continuar trabalhando para a redução do ICMS da energia solar fotovoltaica. Com isso, vamos trazer mais competitividade e reduzir o preço da energia solar para o consumidor brasileiro.

Como a Absolar avalia o ano de 2015?

Em 2015, a energia solar fotovoltaica contratou pela primeira vez mais de 2 mil MW em um ano em projetos de usinas solares fotovoltaicas de grande porte, somando mais de R$8 bilhões em investimento a serem concretizados até 2018. Já na micro e minigeração, o Brasil triplicou o número de sistemas instalados, ultrapassando 1.200. Nossa expectativa é que esse crescimento continue acelerado.

Além disso, houve a importante revisão da resolução normativa 482/2002. Com isso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) posicionou o Brasil como uma referência internacional em regulamentação para o desenvolvimento de geração distribuída renovável pela população.

A Absolar conclui que o ano de 2015 foi radiante para o setor. Seguimos buscando a adesão do convênio ICMS 16/2015 por parte dos estados restantes.

CANAL-JORNAL DA BIOENERGIA

Veja Também

Aprovado crédito para expansão do maior complexo de energia solar da América Latina

Empreendimento, em Minas Gerais, acrescenta 422MWp ao Complexo Solar Janaúba, elevando sua capacidade instalada para …