É co-fundador e Diretor Executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Representa o Brasil no Fórum Internacional de Associações Fotovoltaicas, organizado pela European Photovoltaic Industry Association (EPIA) e atua como consultor estratégico para a área de energia solar fotovoltaica junto ao Greenpeace Brasil.
Qual a expectativa do setor de energia solar para 2016?
A nossa expectativa para 2016 é bastante positiva. Acreditamos que o segmento continuará acelerando seu crescimento ao longo do ano, tendo em vista que no final de 2015 tivemos aprimoramentos regulatórios favoráveis, como a revisão da resolução normativa 482/2002, criando novos modelos de negócio.
Uma de nossas grandes metas é o aprimoramento de condições da cadeia produtiva do setor solar, em geral com políticas públicas como o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores e Displays (PADIS), que não podem ser aproveitadas pelo setor fotovoltaico. Outra área é a formação e capacitação técnica de profissionais, já que o setor irá crescer e precisará de profissionais capacitados.
Ainda na área de sistemas de pequeno porte, a Absolar vai realizar um trabalho junto ao governo federal fazendo recomendações e trazendo contribuições para o programa. Além disso, estaremos trabalhando junto aos estados e municípios para promover programas locais.
Na área de projetos de grande porte, o setor fotovoltaico tem como meta a realização de mais dois leilões, que é nossa recomendação ao governo federal. Um deles seria para contratar projetos para 2018, complementando os já contratados em 2015, e outro para contratar para 2019. A nossa expectativa é que sejam contratados mais de 1 gigawatt. No ano passado, foram estabelecidos contratos pelo governo de 20 anos. Nossa reinvidicação é que os contratos sejam de 25 a 30 anos, o que possibilitará a redução do custo de energia média no Brasil.
A Absolar também vai trabalhar para aprimorar o procedimento de normas e certificações de equipamentos fotovoltaicos, para que os fabricados no Brasil tenham uma qualidade mínima e uma segurança garantida. Isso é importante para fomentar uma competição equilibrada dos projetos brasileiros.
Também vamos continuar trabalhando para a redução do ICMS da energia solar fotovoltaica. Com isso, vamos trazer mais competitividade e reduzir o preço da energia solar para o consumidor brasileiro.
Como a Absolar avalia o ano de 2015?
Em 2015, a energia solar fotovoltaica contratou pela primeira vez mais de 2 mil MW em um ano em projetos de usinas solares fotovoltaicas de grande porte, somando mais de R$8 bilhões em investimento a serem concretizados até 2018. Já na micro e minigeração, o Brasil triplicou o número de sistemas instalados, ultrapassando 1.200. Nossa expectativa é que esse crescimento continue acelerado.
Além disso, houve a importante revisão da resolução normativa 482/2002. Com isso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) posicionou o Brasil como uma referência internacional em regulamentação para o desenvolvimento de geração distribuída renovável pela população.
A Absolar conclui que o ano de 2015 foi radiante para o setor. Seguimos buscando a adesão do convênio ICMS 16/2015 por parte dos estados restantes.
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