A Stone X Inteligência de Mercado apresentou a terceira revisão positiva de safra para o Centro-Sul brasileiro. A expectativa da consultoria é moer 592,1 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, podendo representar aumento anual de 6,2%, se aproximando do recorde produtivo da região, que ocorreu no ciclo 2020/21, quando o setor registrou um processamento de 605,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
O mix produtivo para a próxima temporada, assim como no decorrer do ciclo atual, permanece registrando uma tendência de crescimento para o açúcar. Entretanto, a maior parte da produção ainda deve ser destinada à destilação do etanol, e, com a retomada da cobrança de impostos a partir de março/23, sendo assim, a produção será de 53,3% dedicado ao mix alcooleiro e 46,7% açucareiro.
Clima
Este acréscimo na safra se deve a perda da influência do fenômeno Lã Ninã , que tende a promover um resfriamento das águas do Pacífico e consequentemente um menor volume de chuvas para o cinturão canavieiro do Brasil.
Segundo a Stone X, os modelos climáticos para o segundo trimestre de 2023 apontam para um cenário climático próximo da normalidade para as principais regiões do Brasil. Entretanto, as previsões climáticas de longo prazo já apontam para um aumento da probabilidade de ocorrência do El Niño a partir do segundo semestre deste ano, o que pode aumentar o volume de chuvas na região , gerando atrasos nas operações de colheita das usinas, limitando o volume de cana colhida no decorrer do ciclo.
O clima tem se demonstrado benéfico ao desenvolvimento dos canaviais do Centro-Sul e as projeções recentes para curto prazo apontado para uma continuidade do cenário positivo, a StoneX do Brasil elevou as estimativas de produtividade em relação ao valor projetado no relatório de janeiro/23. Sendo assim, o TCH (Tonelada de Cana por Hectare) estimado para a safra 2023/24 ficou em 76,7 t/ha, crescimento de 5,0% em relação ao projetado para a safra 2022/23. Além disso, considerando um atraso na colheita do ciclo corrente, devido ao excesso de chuvas que incidiram na região no terceiro trimestre de 2022, estima-se um crescimento de 1,9% na área a ser colhida, totalizando 7,77 milhões de hectares.
Milho
A projeção de produção do biocombustível derivado do milho registrou uma leve retração, passando de 4,5 para 4,4 milhões de m³ – detalhadamente em 2,6 milhões de m³ de hidratado (6,6%) e 1,8 milhões de m³ de anidro (78,0%). Caso essa projeção se concretize, o etanol de milho passará a ter um share de mercado de 14,9%, em 2022/23, avanço de aproximadamente 2,2 pontos percentuais em relação à participação de 2021/22.
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