Estudo aponta 11 melhores áreas para escoamento da energia eólica offshore no RN

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Um estudo pioneiro no Brasil, realizado pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), aponta as 11 melhores áreas para o desenvolvimento de infraestruturas que irão escoar a energia eólica offshore do Rio Grande do Norte – a “energia dos ventos” que será gerada a partir de futuras turbinas instaladas no mar.

 

O mapeamento, concretizado por meio de convênio com o governo do estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), mostra aproximadamente 59,7 km de trechos no litoral com viabilidade para implantação de cabos submarinos e linhas de transmissão para levar a energia produzida ao público consumidor.

 

O trabalho, segundo o Instituto, traz subsídios inéditos para o planejamento da infraestrutura no país e a prevenção de novos desencontros entre geração e transmissão de energia.

 

Em episódios registrados pela atividade onshore (em terra) no passado, atrasos em linhas de transmissão chegaram a levar ao adiamento da operação de parques eólicos que ficaram prontos, sem ter como despachar a produção.

 

“Todos nós sabemos que um dos gargalos no Brasil, depois de 15 anos de atividade onshore, é o escoamento”, disse o diretor do SENAI-RN e do ISI-ER, Rodrigo Mello, durante a apresentação do estudo, nesta semana, em cerimônia na sede do governo do estado.

 

“Agora, o que estamos entregando é um estudo técnico que sugere, a partir de dados técnicos, sociais, ambientais e econômicos, quais são os principais pontos para a entrada, o escoamento da produção desta nova fronteira, o offshore, com todos os aspectos para que as empresas tomem decisões e ganhem tempo”, acrescenta.

 

Os dados também poderão ser base para projeto de lei, segundo a Sedec.

 

Estudo

O estudo foi apresentado no auditório da Governadoria, com a presença de empresas do setor, de entidades empresariais e representantes do governo. Os principais resultados estão disponíveis em uma plataforma online (https://webmapisi-er.onrender.com/), onde também é possível fazer o download do conteúdo completo.

O trabalho – intitulado “Avaliação de estratégias locacionais para o desenvolvimento de infraestruturas de transmissão de energia no suporte ao setor eólico offshore do estado do Rio Grande do Norte” – considera fatores técnicos, ambientais, econômicos e sociais para que a energia prevista nos futuros complexos eólicos consiga se conectar à rede e chegar ao público consumidor.

 

“Quais são os melhores locais para passagem de infraestruturas no mar? Como essas infraestruturas devem progredir? Quais são os caminhos mais promissores até alcançarem as subestações existentes, as subestações planejadas e as subestações sugeridas? e que áreas não devem ser tocadas” são algumas das questões que o trabalho responde, explica o pesquisador do ISI-ER e coordenador do estudo, Raniere Rodrigues.

 

A metodologia incluiu a análise de dados oficiais, visitas em campo, além do desenvolvimento e uso de um modelo computacional que simula a passagem de infraestruturas de conexão dos futuros parques offshore.

 

As rotas identificadas como possíveis pelos pesquisadores seriam capazes de viabilizar o escoamento de mais de 38 Gigawatts (GW) de geração de energia dos novos complexos. A maior parte desse volume, 41,05% ou 15,60 GW, chegaria ao Sistema Interligado Nacional –  o sistema responsável pela produção e transmissão de energia elétrica em todo o território brasileiro – por meio de grandes corredores que abrangem os municípios de Touros a Caiçara do Norte. Outros 10,11 GW passariam pelos municípios de Galinhos e Macau e 12,44 GW entre Porto do Mangue e Tibau.

 

O estudo também estabelece que os melhores locais para implantação das infraestruturas de transmissão ficariam distantes de Unidades de Conservação de Uso Sustentável, de Áreas Prioritárias de Conservação da Biodiversidade e de áreas com existência de aves migratórias. Regiões alagadas, rios e reservatórios, áreas urbanas e a área onde projeta-se a implantação do Porto Multipropósito Indústria-Verde do estado também foram excluídas das potenciais zonas de conexão, como forma de maximizar a preservação e mitigar possíveis conflitos.

Dados poderão ser base para projeto de lei

 

O estudo poderá ser base para nova lei, segundo o coordenador de desenvolvimento energético do Estado, Hugo Fonseca, e, segundo os pesquisadores, dá o ponta pé para discussões de interesse estratégico não só do estado, mas do Brasil.

 

“Os dados serão encaminhados ao Idema, órgão que está responsável pelo zoneamento ecológico econômico do litoral setentrional, e serão objeto de lei, ou seja, as infraestruturas necessárias, que foram delimitadas nesse projeto, serão incorporadas na Lei de Zoneamento Ecológico Econômico, que será encaminhada à Assembleia Legislativa do estado, dando segurança às empresas e à população, determinando as regras cabíveis para que esses projetos possam ser desenvolvidos de forma sustentável”, disse Fonseca.

 

De acordo com informações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), há, atualmente, 10 complexos eólicos offshore cadastrados para o estado à espera de licenciamento. Para Rodrigo Mello, diretor do SENAI e do ISI-ER, é preciso assegurar a “ambiência necessária” para que os projetos se concretizem e o estudo que estima as melhores rotas para escoamento da energia é um passo crucial nessa direção.

 

“O Rio Grande do Norte tem sido pioneiro no setor de energia eólica em uma série de coisas. O estado tem, segundo informações técnicas, o melhor vento do mundo e se mantém em evolução, como líder brasileiro na produção do onshore. Mas, para que se tenha concretude a parte do offshore, precisamos nos manter com estratégias capazes de atrair, de gerar conforto para atração do investimento offshore. Quer dizer, o mundo tem o dinheiro, os fundos de investimento existem, a tecnologia as empresas possuem.Tem-se a decisão de fazer, então precisamos criar ambiência para que isso funcione e antes que esses parques estejam aprovados para serem instalados e que se pergunte ‘e agora por onde eu escoo a minha energia?’”.

 

A expectativa, na análise dele, é que o trabalho sirva de modelo nacional e também seja desenvolvido em outros estados. “Este é um produto que precisa ser analisado com muita atenção pelo governo federal porque é oportuno e estratégico para o Brasil que se faça a expansão de estudos na área do Oiapoque ao Chuí, e se traga a perspectiva de ampliação da competitividade não só do Rio Grande do Norte, mas do Brasil”.

As áreas apontadas como mais promissoras para implantação da infraestrutura de escoamento da energia no Rio Grande do Norte, segundo o ISI-ER, demandarão outros estudos e análises por parte do Estado para seleção de quais, entre elas, seriam as zonas prioritárias de investimentos.

 

Os pesquisadores que atuam no projeto ressaltam que o estudo é considerado chave para discussões e decisões relacionadas ao planejamento da infraestrutura energética do estado necessária à operação dos novos parques, assim como para o desenvolvimento de políticas públicas, para futuras análises de licenciamento e investimentos do setor.

 

O trabalho reuniu pesquisadores nas áreas de engenharia, geografia e geologia. Participaram da equipe Raniere Rodrigues, Maria de Fátima Alves de Matos, Mariana Torres, Priscila Pamplona, Rafael de Almeida, Lívian Pinheiro e Arthur Diniz Fernandes,

 

Oportunidades

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Francisco Vilmar Pereira, representou o presidente da Federação e do Conselho Regional do SENAI, Amaro Sales de Araújo, na apresentação dos resultados, destacando a importância do relacionamento da entidade com o governo em prol do crescimento do setor industrial e das energias renováveis.

 

Ele avaliou o estudo como “de suma importância para a atividade”. “Este é um setor que tem representado um volume de negócios muito grande e que vai trazer novas oportunidades. O apoio do SENAI do ponto de vista técnico e para a qualificação profissional, de modo a possibilitar o aproveitamento da mão de obra da região, tem sido muito importante”, disse. O coordenador geral de Tecnologias Setoriais e diretor substituto de Programas de Inovação no Ministério da Ciência, tecnologia e Inovação, Rafael Menezes, e o coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER, Antonio Medeiros, também participaram do evento.

As áreas apontadas como mais promissoras para implantação da infraestrutura de escoamento da energia no Rio Grande do Norte, segundo o ISI-ER, demandarão outros estudos e análises por parte do Estado para seleção de quais, entre elas, seriam as zonas prioritárias de investimentos.

 

Os pesquisadores que atuam no projeto ressaltam que o estudo é considerado chave para discussões e decisões relacionadas ao planejamento da infraestrutura energética do estado necessária à operação dos novos parques, assim como para o desenvolvimento de políticas públicas, para futuras análises de licenciamento e investimentos do setor.

 

O trabalho reuniu pesquisadores nas áreas de engenharia, geografia e geologia. Participaram da equipe Raniere Rodrigues, Maria de Fátima Alves de Matos, Mariana Torres, Priscila Pamplona, Rafael de Almeida, Lívian Pinheiro e Arthur Diniz Fernandes,

 

Oportunidades

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Francisco Vilmar Pereira, representou o presidente da Federação e do Conselho Regional do SENAI, Amaro Sales de Araújo, na apresentação dos resultados, destacando a importância do relacionamento da entidade com o governo em prol do crescimento do setor industrial e das energias renováveis.

 

Ele avaliou o estudo como “de suma importância para a atividade”. “Este é um setor que tem representado um volume de negócios muito grande e que vai trazer novas oportunidades. O apoio do SENAI do ponto de vista técnico e para a qualificação profissional, de modo a possibilitar o aproveitamento da mão de obra da região, tem sido muito importante”, disse. O coordenador geral de Tecnologias Setoriais e diretor substituto de Programas de Inovação no Ministério da Ciência, tecnologia e Inovação, Rafael Menezes, e o coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER, Antonio Medeiros, também participaram do evento.

As áreas apontadas como mais promissoras para implantação da infraestrutura de escoamento da energia no Rio Grande do Norte, segundo o ISI-ER, demandarão outros estudos e análises por parte do Estado para seleção de quais, entre elas, seriam as zonas prioritárias de investimentos.

 

Os pesquisadores que atuam no projeto ressaltam que o estudo é considerado chave para discussões e decisões relacionadas ao planejamento da infraestrutura energética do estado necessária à operação dos novos parques, assim como para o desenvolvimento de políticas públicas, para futuras análises de licenciamento e investimentos do setor.

 

O trabalho reuniu pesquisadores nas áreas de engenharia, geografia e geologia. Participaram da equipe Raniere Rodrigues, Maria de Fátima Alves de Matos, Mariana Torres, Priscila Pamplona, Rafael de Almeida, Lívian Pinheiro e Arthur Diniz Fernandes,

 

Oportunidades

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Francisco Vilmar Pereira, representou o presidente da Federação e do Conselho Regional do SENAI, Amaro Sales de Araújo, na apresentação dos resultados, destacando a importância do relacionamento da entidade com o governo em prol do crescimento do setor industrial e das energias renováveis.

 

Ele avaliou o estudo como “de suma importância para a atividade”. “Este é um setor que tem representado um volume de negócios muito grande e que vai trazer novas oportunidades. O apoio do SENAI do ponto de vista técnico e para a qualificação profissional, de modo a possibilitar o aproveitamento da mão de obra da região, tem sido muito importante”, disse. O coordenador geral de Tecnologias Setoriais e diretor substituto de Programas de Inovação no Ministério da Ciência, tecnologia e Inovação, Rafael Menezes, e o coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER, Antonio Medeiros, também participaram do evento.

Para realizar o projeto, o Governo do RN investiu R$ 264,5 mil em convênio com o Instituto. “Esse trabalho que vocês estão vendo aqui hoje é pioneiro, dentro desse ofício que nos cabe que é preparar o Rio Grande do Norte para que ele possa exercer, no contexto do Nordeste do Brasil, essa imensa vocação que tem de ser detentor da maior qualidade em matéria de recursos eólicos do mundo”, disse a governadora Fátima Bezerra.

 

A chefe do executivo estadual enfatizou a parceria estreita com a academia e institutos de pesquisa no planejamento estratégico para a política de desenvolvimento energético do Estado. “Foi com o ISI que nós fizemos, por exemplo, o primeiro Atlas Eólico e Solar do Rio Grande do Norte”, pontuou. Divulgação Senai RN

 

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