Estudo “Estimativas dos impactos dinâmicos do setor eólico sobre a economia brasileira” mostra impactos dos investimentos de eólica no PIB, empregos e redução de emissões de CO2
A Associação Brasileira de Energia Eólica – ABEEólica está divulgando hoje, em seu site, novo estudo que demonstra os efeitos positivos da energia eólica. O material foi elaborado por Bráulio Borges, pesquisador-associado do FGV-IBRE e economista-sênior da LCA Consultores. Para apresentar o estudo, a ABEEólica realizou nesta manhã um webinar em seu Youtube e publicou também um novo episódio do seu podcast, o “Cabeça de Vento”, com explicações do pesquisador (Spotify, Deezer e Apple Podcasts).
O objetivo do estudo foi quantificar os impactos diretos e indiretos dos investimentos em energia eólica para o PIB, para os empregos e também para a redução de emissão de CO2. “No caso do impacto do PIB, partimos do valor investido de 2011 a 2020, que foi de R$ 110,5 bilhões na construção de parques eólicos. Por meio de metodologia que calcula efeitos multiplicadores de diferentes tipos de investimentos, chegamos ao valor de mais R$ 210,5 bilhões referentes a efeitos indiretos e induzidos, num total de R$ 321 bilhões. Isso significa que cada R$ 1,00 investido num parque eólico tem impacto de R$ 2,9 sobre o PIB, após 10 a 14 meses, considerando todos os efeitos”, explica Bráulio Borges, pesquisador responsável pelo estudo. “Esta é a prova de que, além de ser uma energia renovável, a eólica também tem um forte componente de aquecer atividades econômicas das regiões aonde chegam parques, fábricas e toda a cadeia de sua indústria. E este é um número fundamental num momento em que discutimos a retomada econômica verde”, avalia Elbia Gannoum, Presidente da ABEEólica.
O estudo também avaliou o impacto destes investimentos no emprego. Considerando pesquisas prévias sobre o tema em outros países e no Brasil, bem como uma avaliação de cenário mais geral, chegou-se a uma estimativa de quase 196 mil empregos entre 2011 e 2020, ou 10,7 empregos por MW instalado na fase de construção dos parques. O estudo também aponta um média de 0,6 empregos por MW instalado para Operação & Manutenção. “Este é um número que permite a realização de alguns cenários para o futuro próximo, uma vez que o setor bem um bom mapeamento de quanto será instalado nos próximos anos.”, explica Bráulio. “Internacionalmente, trabalhamos com valores que vão de 10 a 15 postos de trabalho por MW. Com esse valor de 10,7 estamos num cenário razoavelmente conservador de estimativa, e agora queremos refinar estes dados para termos um cenário ainda mais detalhados do que geramos de empregos pelo País. Neste exato momento, temos quase 5 GW em construção pelo País, então com esse valor do estudo sabemos que são mais de 50 mil trabalhadores neste momento construindo nossas futuras eólicas, além dos mais de 15mil em Operação & Manutenção”, explica Elbia Gannoum, Presidente da ABEEólica.
Como terceiro ponto, o estudo avalia o impacto das eólicas na redução de emissões de CO2 e o que isso significa em valores monetários. No acumulado de 2016 a 2024, o setor eólico brasileiro terá evitado emissões de gases do efeito estufa valoradas entre R$ 60 e 70 bilhões. “Importante explicar o conceito de “Custo Social do Carbono”, que tenta quantificar, em termos monetários, os custos econômicos associados às emissões de gases do efeito estufa (como o próprio dióxido de carbono, o metano, os CFCs, dentre outros). Para estimar o Custo Social do Carbono, são construídos diversos cenários prospectivos para o PIB dos países, considerando distintos cenários de temperatura e seus impactos sobre a atividade econômica. As diferenças entre tais cenários são trazidas a valor presente e isso gera a estimativa de Custo Social do Carbono, geralmente apresentada em US$ por tonelada de CO2 equivalente. Desse modo, as emissões evitadas pelo setor eólico em valores monetários podem ser entendidas diretamente: foi evitada uma redução do PIB futuro brasileiro e mundial em algo entre R$ 60 e R$ 70 bilhões”, explica o pesquisador.
“Nós queríamos muito ter esse número do custo social do carbono que estamos evitando, é mais fácil realizar comparações com as métricas tradicionais de desempenho econômico, como o PIB, e é fundamental que os formuladores de políticas públicas também tenham isso em mente. Estamos num momento limite na luta para combater os efeitos do aquecimento global e a eólica tem um papel crucial neste cenário. Espero que estes dados se acumulem aos demais benefícios já quantificados da energia eólica para que a sociedade abrace cada vez mais essa fonte de energia renovável, de baixo impacto e com benefícios também sociais e econômicos”, resume Elbia Gannoum. (Assessoria ABEEólica)